5 curiosidades sobre a maior farsa de todos os tempos: “Guerra dos Mundos”

Imagine que você é um cidadão norte-americano da década de 30 reunido com a família em frente ao eletrodoméstico mais importante da casa, o rádio (lembrando que a televisão nem sonhava em existri), quando, de repente, anunciam a bomba: a América está sendo invadida por alienígenas.

Muito provavelmente hoje esta notícia causaria pouco alarde, primeiro porque hoje em dia duvida-se de tudo e segundo porque o rádio não ocupa mais o lugar de prestígio e importância que ocupava nos anos 30. Ninguém duvidava do rádio, ainda mais quando ele dizia que a Terra estava em perigo.

Os alienígenas estavam lançando gás venenoso na população e o Estados Unidos estavam em chamas. Donas de casa cobriam frestas e janelas com panos úmidos para proteger suas famílias contra o gás, grupos se uniam para combater o inimigo e alguns não resistiram, prefeririam morrer a se entregar ao mal.

A verdade é que os cidadãos não passaram de cobaias de uma das maiores farsas do entretenimento, a “Guerra dos Mundos” arquitetada por Orson Welles, ator e cineasta, diretor do clássico “Cidadão Kane” e de “A Marca da Maldade”.

Saiba mais sobre a maior farsa de todos os tempos:

Peça radiofônica

Nos anos 30, época de ouro do rádio, as peças radiofônicas eram a grande sensação. Elas nada mais eram que encenações de peças, contos e novelas que contavam com todo tipo de recurso e efeito sonoro, afinal, não havia imagem, apenas som. “Guerra dos Mundos” foi uma peça radiofônica encenada por Orson Welles.

Sucesso até hoje

Se ao ler “Guerra dos Mundos” você pensou automaticamente no filme de Steven Spielberg, não está completamente errado. Tanto a peça radiofônica de Orson Welles quanto o filme de Spielberg são baseados no livro de mesmo nome do escritor inglês Herbet Goerge.

Halloween

Thinkstock

30 de outubro de 1938, véspera do Halloween, foi o dia em que farsa da guerra alienígena foi transmitida. Parte importante do folclore dos EUA, o Halloween é coisa séria para os cidadãos norte-americanos, um dos motivos que explicam o pânico coletivo instaurado pela peça.

Pânico coletivo

Embora os locutores tenham avisado, como em qualquer peça radiofônica que se tratava de uma obra de ficção, a transmissão gerou pânico na população norte-americana. Mas por que isto aconteceu?

Bom, em parte porque a CBS não tinha tanta audiência quando a concorrente, a Chasen and Saborn Hour e, quando a peça “Guerra dos Mundos” começou e foi anunciado que se tratava de uma ficção, todos ainda estavam sintonizados na concorrente e acabaram escutando a peça quando ela já estava a todo vapor.

O outro motivo é que Orson Welles e os atores que encenaram “Guerra dos Mundos” realmente se superaram: um suposto repórter estava falando “diretamente” do Meridiam Room do Park Plaza Hotel, em Nova York, quando a programação é abruptamente interrompida, minutos de silêncio e o repórter volta anunciando a queda de um meteoro. E seguiu assim uma hora de pura ficção científica regada aos mais ousados efeitos sonoros.

Em apenas uma hora, o pânico paralisou três cidades norte-americanas, as linhas telfônicas da CBS ficaram congestionadas; a polícia não dava conta de tantas ligações; as ruas se aglomeraram e houve uma fuga em massa de moradores de Nova York.

Depois de todos descobrirem que se tratava apenas de uma peça de ficção, tanto Orson Welles quando a CBS receberam uma enxurrada de processos. Nenhum foi adiante.

A mente por trás da farsa

IMDB

Orson Welles foi um ousado ator, diretor e roteirista, pai de “Cidadão Kane”, considerado por muitos crítticos o melhor filme de todos os tempos. Welles interpretou e dirigiu Kane com apenas 25 anos. Quando encenou “Guerra dos Mundos” no rádio, Welles tinha 23 anos.