Autoestima: de bem com a vida > Trabalhando o amor por si mesma

De acordo com Beth, não adianta estar em dia com o corpo se a mente não estiver pronta para buscar ou valorizar o prazer pela vida. “Aceitar-se, reconhecer limites e saber fazer auto-crítica o bastante para deixar de se queixar de tudo são atitudes que estimulam o crescimento da autoestima”, ressalta. Para ela, a mulher que consegue ter os pratos da balança do amor-próprio em sintonia supera rompimentos e outras situações desagradáveis sem achar que o mundo desabou em sua cabeça: “Se um traço da idade surgir no rosto, ela reconhece outro que a faça pensar nos benefícios da maturidade. Não estar com a cintura legal vira um motivo de humor entre as amigas. Olhar para sua imagem sozinha num sábado à noite servirá para refletir sobre o porquê de não aceitar convites que podiam lhe fazer feliz. E por que não aproveitar para relaxar debaixo das cobertas da cama lendo um bom livro?”.

Se estiver solteira, essa mulher também vai estar mais aberta não só a instigar um homem a olhar com prazer para ela, como também saber fazer ótimas escolhas, pois não estará ‘contaminada’ com pensamentos que a jogam para baixo

E engana-se quem acha que a autoestima pode ser um bem irrecuperável ou que nem todo mundo “nasce com ela”. A psicanalista desmente: “Todos nós temos autoestima. Esse negócio de ‘fulano não tem autoestima’ não existe. A diferença é que alguns a têm mais trabalhada e em harmonia que outros. Autoestima é um bem-querer de si mesmo”, explica. Também estão erradas aquelas que pensam que só consegue ser feliz quem namora ou que independência é só para quem está solteira. “Mulher independente emocionalmente não é sinônimo de estar sozinha, mas de ser liberta de alguém, de não imaginar que é o parceiro quem a torna feliz. Além disso, mulher com autoestima em desequilíbrio, mesmo recebendo toda atenção do mundo, sempre quer mais. E ainda questiona tudo, cobra, chora por qualquer motivo, tem medo de ser abandonada e está caminhando, sem saber, para ficar sozinha de verdade”, alerta.

As especialistas destacam que, quando a mulher possui uma autoestima positiva, os relacionamentos são favorecidos e sua posição diante do mundo e do homem é valorizada. “Ela não fica triste se o parceiro deixa de elogiá-la ou esquece aquele beijinho antes de dormir. Não vai despencar no choro por um desentendimento e sim arranjar logo o que fazer para se ocupar. Se estiver solteira, essa mulher também vai estar mais aberta não só a instigar um homem a olhar com prazer para ela, como também saber fazer ótimas escolhas, pois não estará ‘contaminada’ com pensamentos que a jogam para baixo”, observa Beth Valentim. Para quem está sempre no papel de “coitada”, ela dá a sugestão: “Exercite a autoestima, saiba do que a sua é formada. A chave é manter o equilíbrio, porque de nada adianta ser inteligente ou ter uma mente brilhante e ser frágil nas emoções”. E lembre-se de que pessoas que costumam se auto-depreciar geralmente não são atraentes aos olhos dos outros.

Reconhecer os próprios desejos e satisfazê-los funciona como um estímulo para que o emocional desenvolva a estrutura necessária para suportar os reveses e obstáculos que surgem pela frente. “Ao permitir-se sentir e viver seus desejos, você se encontrará com a verdadeira mulher que você é, aquela que às vezes se esconde por conta de obrigações e responsabilidades. Paixão, entusiasmo, alegria, esperança e outras emoções positivas são o combustível para uma vida plena de amor. Para evitar que essa energia seja destrutiva, a gente deve aprender a se conectar com o novo”, recomenda Márcia Atik. Segundo a psicóloga, uma maneira simples de fazer isso é usar os órgãos dos sentidos. “É através eles que as mensagens de prazer entram em nossa vida, estimulando o desejo”, esclarece.

Ela dá as dicas:

– Olhe e contemple com atenção o que é belo – no que está ao seu redor e em você

– Ouça uma boa música, relaxe e se deixe levar pelo seu som

– Saboreie a vida e aquele bolo de chocolate sem culpas

– Acaricie mais e se arrepie com as carícias que receber

– Assuma seus prazeres e necessidades

* O nome foi alterado a pedido da entrevistada