Nos primeiros dias e meses de vida do bebê, principalmente para as mamães de primeira viagem, é difícil saber o que o seu filho sente, percebe, vê e entende. Nesse momento, estimular os sentidos da criança é fundamental, pois é a fase em que ela está aprendendo mais e absorvendo as primeiras impressões do mundo. Para que ela assimile toda essa enxurrada de informações e se desenvolva de forma satisfatória, a participação dos pais é importantíssima nesta fase. Não sabe como fazer isso? Então, preste atenção!

Visão

Assim que nascem, os bebês ainda têm uma visão bastante limitada. Eles são capazes de enxergar a 25 centímetros de distância apenas. Vêem somente contornos, nada de detalhes, e fixam-se muito no rosto das pessoas. A neurologista e pediatra Silvia Miranda diz que, alguns, a partir dos dezessete dias de vida, conseguem até imitar mímicas feitas por quem conversa com eles. A partir do primeiro mês, a criança já consegue acompanhar movimentos para cima e para baixo.

É importante brincar bastante com a visão de cima para baixo, porque previne e estimula a coordenação visomotora, que será muito importante, mais tarde, para enxergar o quadro na sala de aula

Segundo Silvia, os sentidos de uma pessoa vão se apurando aos poucos, e, se bem estimulados, melhorando ao longo da vida (até o início do envelhecimento). Para desenvolver a visão do bebê, ela indica o “olho no olho” e as mímicas ao falar, pois a comunicação já começa a acontecer neste momento. A médica ressalta a importância do estímulo da visão a partir do primeiro mês de vida. “É importante brincar bastante com a visão de cima para baixo, porque previne e estimula a coordenação visomotora, que será muito importante, mais tarde, para enxergar o quadro na sala de aula”, explica.

Olfato e paladar

Já o sentido mais primitivo dos animais não é tão desenvolvido no homem. O olfato do recém-nascido, porém, é suficiente para sentir e reconhecer o cheiro da mamãe e, principalmente, do leite materno. O olfato, nesta fase, é muito associado ao paladar, que já é capaz de diferenciar o doce do salgado, o azedo e o ácido, e tem uma tendência inicial a preferir o doce.

Como o olfato dos bebês associa os cheirinhos bons que sentem a coisas agradáveis, é aconselhável dar banhos com um sabonete neutro de odor bem suave, e água bem morninha antes da hora de dormir. Isso irá acalmar o bebê e passará uma mensagem de relaxamento e tranqüilidade.

Silvia Miranda recomenda que, além do leite materno, acostume-se o bebê desde cedo a provar novos sabores e alimentos diferentes. Isso evita que, mais tarde, a criança só queira comer determinado tipo de comida. A variedade de alimentos é muito saudável e deve ser estimulada assim que for possível.

Audição e linguagem

Os pequenos são capazes de se comunicar com qualquer idioma, porque ouvem a melodia da linguagem e a emoção que vem através do tom de voz de quem fala. As palavras não têm nenhum significado ainda. O aprendizado da linguagem começa com fonemas bilabiais, principalmente nas línguas latinas; por isso, as primeiras palavras do bebê são, normalmente, “papai” e “mamãe”. O uso de onomatopéias, como os sons que os bichos fazem (“au au”, “miau”), ajuda no aprendizado da fala. É importante conversar com o bebê entoando as palavras com musicalidade e passando emoção.