Rock’n’roll na estrada

Em 13 de julho de 1985, uma das figuras mais admiradas do showbusiness, o compositor e ativista irlandês Bob Geldof, mobilizou os maiores medalhões do rock do planeta em um megaevento musical que pretendia chamar a atenção do mundo para a miséria no continente africano. A importância do Live 8 foi tamanha que a iniciativa inspirou a criação do Dia Mundial do Rock, comemorado na mesma data em que foram realizados os concertos simultâneos nos Estados Unidos e na Inglaterra. Nesta sexta-feira, portanto, quase três décadas depois, é dia de relembrar o protesto e deixar a guitarra vibrar no som do seu carro, sobretudo na hora do rush das grandes cidades.

O vocalista e guitarrista da banda Filhos de Judith, Luiz Lopes, ainda que não tenha costume de encarar longos trajetos, sempre que está ao volante deixa o som rolar. “Na estrada, eu adoro ouvir o bom e velho rock’n’roll. Escuto álbuns inteiros de artistas que admiro, como o Physical Graffiti, do Led Zeppelin, ou o Álbum Branco, dos Beatles. Já para enfrentar o trânsito diário, prefiro um som mais tranquilo, como um bom disco do Ivan Lins da década de 70. Música boa faz a gente e o tempo voar”, diz.

Bruno Solto, vocalista da banda Volver, lembra que estrada, liberdade e rock formam um trinômio indissociável na história do estilo musical. ” No rock e na música pop, canções sobre carros e estrada são quase tão numerosas quanto sobre garotas. A lista é imensa. Já tive grandes momentos ao volante escutando discos como o ‘Kind of Blue’, de Miles Davis, ‘Highway 61 Revisited’, de Bob Dylan, ‘Rubber Soul’, dos Beatles, e o ‘Clube da Esquina’, de Milton Nascimento com os irmãos Borges“, diz.

Agora, para uma vibração bem feminina nesse dia de homenagens, pode se inspirar no setlist com seleção da Uyara Torrente, vocalista da Banda Mais Bonita da Cidade. “Tem várias coisas deliciosas de se ouvir no trânsito. Tem as músicas de viagem, como as da banda Wilco, por exemplo. Mas, falando literalmente de estrada, tem ‘As Curvas da Estrada de Santos’, um rock do rei Roberto Carlos do final dos anos 60 e que dá muita vontade de cantar alto dentro do carro, daquele jeito que quem olha de fora acha você uma maluca”, diverte-se ela.

No fim da estrada, quando o trajeto já está penoso, o jeito é mudar a batida para algo mais relaxante. Max, vocalista da Capslock, que costuma passar no mínimo duas horas num automóvel rumo aos shows, sabe bem o que é usar a música para descontrair. “Viajo sempre com o som do carro ligado, às vezes na rádio, mas principalmente com MP3 do pen drive. Num momento reflexivo, não dispenso as batidas do Radiohead e do Coldplay“, conta o artista.

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