O primeiro amor…

Você se lembra da primeira vez que o seu coração, ainda imaturo, assustado, bateu mais forte por alguém? Aquele frio na barriga, aquela quentura no rosto… Você não sabia direito do que se tratava, afinal, era quase uma criança. Mas tinha certeza de que era sério, era para sempre. O sentimento era delicado, invasivo, intenso, devia ser o que chamam de amor. Era seu primeiro amor… No entanto, o que, hoje, pode parecer coisa boba influencia, de forma positiva ou negativa, nossos relacionamentos futuros. Por isso que, vivido intensamente ou apenas idealizado, o primeiro amor a gente nunca esquece.

A primeira paixão sempre foi fonte de inspiração para poetas, escritores, compositores, cineastas. Por exemplo, quem não chorou copiosamente com o pequeno Macaulay Culkin no filme “Meu primeiro amor”? A história de dois amiguinhos de infância que se envolvem, primeiramente numa grande amizade, é muito semelhante à história da dentista Mariana Guedes, 27 anos. Ao contrário do filme, em que o rapaz morre picado por abelhas, ela casou há dois anos com o namoradinho do colégio que conhece desde os treze.

Tive outros namorados antes dele que foram importantíssimos em minha vida, mas o fato de ter sido com um cara que eu já tinha gostado, tornou a relação ainda mais especial. É como se fosse o primeiro mesmo

Parece conto de fadas. Os dois amigos brigavam muito nos tempos de escola, mas, por conta de um problema de saúde de Diego, Mariana precisou ajudá-lo nos estudos. A antipatia inicial virou uma grande amizade, que resultou num namoro dois anos depois. Um era o primeiro companheiro do outro. “Foi o primeiro beijo, namorado, transa, primeiras descobertas. Em vários momentos importantes da minha vida, ele esteve comigo. É um cara muito especial”, conta.

Mas depois de tanto tempo, vocês ainda conseguem manter a chama da paixão acesa? “Aí é que está. Não é mais paixão. É amor, um sentimento que transcende. Acho que se trata de uma relação que vem de outras vidas”, define. Mariana afirma que não lamenta não ter conhecido outras pessoas e ter passado a juventude inteira com a mesma pessoa. Segundo ela, essa relação já ensinou tudo o que ela precisava saber sobre o amor.

“Platonice” aguda

O primeiro amor pode ser platônico também. A radialista Viviane Lopes, 26 anos, lembra-se que era “completamente apaixonada” por um colega de escola quando tinha 12 anos. “Ele era o menino mais isolado da sala e tinha um ar desprotegido, sabe? Fiquei maluca por ele porque eu era exatamente o oposto”, recorda. Para tentar conquistá-lo, ela fez de tudo – desde estudar bastante para se destacar nas aulas até se juntar aos meninos para ficar mais próxima a ele.

Numa reunião de ex-alunos há dois anos, ela reencontrou Gabriel. “Após da surpresa inicial em vê-lo depois de tantos anos e querer saber o que ele andava fazendo, eu me lembrei daquele sentimento de carinho que nutria por ele. Foi bom relembrar aquele amor puro, e acabei comentando que eu gostava muito dele naquela época. Ele se surpreendeu com a revelação”, conta ela, um pouco acanhada. Conversa vai, conversa vem, os dois acabaram saindo juntos e namorando.

Viviane e Gabriel estão juntos até hoje, mas o relacionamento está passando por um momento delicado, segundo ela. Mas nada que abale os sentimentos. “Tive outros namorados antes dele que foram importantíssimos em minha vida, mas o fato de ter sido com um cara que eu já tinha gostado, tornou a relação ainda mais especial. É como se fosse o primeiro mesmo”, admite.