A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) lançou uma cartilha explicativa sobre o processo de armazenamento do sangue do cordão umbilical e os mitos e verdades sobre esta prática. O objetivo do texto é esclarecer aos pais as reais vantagens de armazenar o sangue do cordão umbilical em bancos privados – que, segundo defende a agência, não são muitas. A ação é um contraponto a propagandas de clínicas privadas, que incentivam a prática.
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“O sangue do cordão umbilical é rico em células-tronco e por isso pode ser uma alternativa no tratamento de doenças hematológicas [relativas ao sangue]. Porém, são raros os relatos da realização de transplantes de sangue de cordão autólogo [ou seja, do próprio doador] em nível mundial. No Brasil, entre 2003 e 2010, 45.661 unidades de cordão umbilical foram armazenadas em bancos privados, mas apenas três foram utilizadas para transplante autólogo”, diz o site da agência.
Cartilha da Anvisa explica como funciona o armazenamento das células-tronco umbilicais. Crédito: Reprodução
A Anvisa defende que a doação para o banco público é mais aconselhável, pois é a melhor maneira de garantir que o material guardado será útil no tratamento de algum paciente. “A grande maioria dos transplantes que utilizam as células-tronco do sangue de cordão é realizada com células armazenadas em bancos públicos. Mais de 10 mil pacientes no mundo todo foram tratados desta maneira”, afirma o site.
Entenda como funcionam os bancos privado e público
Quando os pais optam por armazenar o conteúdo do cordão umbilical do filho em um banco privado, as únicas pessoas que têm o direito de fazer uso dele são a própria criança e os familiares. É, portanto, uma segurança. No entanto, além de cara (coletar o material no parto pode custar até R$ 7 mil, e armazená-lo, cerca de R$ 600 por ano), a prática não é garantia de cura de possíveis doenças. Um dos motivos é que o sangue armazenado pode carregar o mesmo “defeito” que causou a doença. “O uso de células do cordão da própria pessoa é desaconselhado, por exemplo, em casos de leucemia”, cita a Anvisa.
Já no caso dos bancos públicos, a família que se voluntaria a doar as células-tronco não paga nada por isso, mas, por outro lado, o material fica disponível para qualquer pessoa que venha a precisar.
Para mais informações, leia a cartilha na íntegra.