Uma em cada 4 brasileiras tem vergonha de dizer a palavra “vagina”, diz pesquisa

Uma pesquisa realizada com mais de 2 mil mulheres de diversos países revelou como a saúde íntima e sexualidade ainda são um tabu no meio feminino. Além de falta de conhecimento sobre o próprio corpo, o estudo evidenciou a vergonha que muitas têm de falar sobre o assunto.

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O estudo foi feito pela marca de produtos íntimos Vagisil. Dentre as entrevistadas, 543 eram brasileiras. Apesar de se sentirem mais confortáveis para falar sobre as próprias genitais do que as norte-americanas e britânicas, as mulheres do Brasil demonstraram que o tema ainda é um grande tabu.

Um dado que chama atenção na pesquisa é a quantidade de mulheres que sente vergonha de dizer a palavra “vagina”: no Brasil, são 25% delas. Dentre as entrevistas norte-americanas, 36% reportam ter essa inibição e, na Inglaterra, a timidez em relação ao tema afeta quase metade das mulheres: 42%.

Hábitos impróprios no sexo

Na tentativa de disfarçar odores ou deixar a região com cheiro agradável, 14% das brasileiras espirram perfume na área íntima antes do sexo, e 8%, depois. O hábito é completamente desaconselhado por especialistas, uma vez que altera o pH da vagina e pode causar irritação, corrimento, ardor e reação alérgica.

Além disso, o odor natural da vagina não é incômodo – como muitas mulheres temem – e só deve ser tratado caso esteja diferente do comum e forte demais, a ponto de ser notado por outros, por exemplo.

Outro hábito nocivo adotado por parte das entrevistadas é a ducha vaginal interna, praticada antes do sexo por 5% delas e depois da relação por 6%. A técnica só deve ser realizada para tratamento de algumas condições e com indicação de um médico.

Muitas mulheres acreditam que a ducha vaginal pós-sexo pode eliminar o sêmen e evitar uma possível gravidez. Porém, a estratégia não é eficaz, já que os espermatozoides chegam muito rapidamente ao útero.

Como método de higiene, também é desaconselhado, por remover a lubrificação natural da vagina e modificar a flora da região, podendo causar problemas sérios. Além disso, é desnecessário, já que, para lavar a área íntima após o sexo, basta usar água e sabonete neutro na vulva (parte externa).

A grande maioria das mulheres (79%) queixou-se também do odor da menstruação, considerado incômodo. Na verdade, o que provoca o cheiro forte é o contato do sangue com o ar e algodão do absorvente, mas, por si só, é inodoro.

A vagina é suja?

Os dados da pesquisa apontam para uma crença bastante difundida entre homens e mulheres, mas que não é verdadeira: a de que a vagina é suja e tem cheiro ruim.

A região íntima da mulher possui secreções que são saudáveis e fundamentais para a autorregulação do ambiente. Isso quer dizer que o órgão é capaz de se limpar sozinho, sendo, inclusive, mais limpo do que muitas outras regiões do corpo.

O odor característico se deve às secreções e é suave. Tentar modificar este processo natural utilizando produtos artificiais é prejudicial para sua saúde íntima.