Meninas melhoram desempenho em matemática e ultrapassam meninos em alguns países

As meninas estão melhorando seu desempenho em matemática nos últimos anos. É o que mostra um estudo divulgado anualmente pela Unesco, responsável por avaliar as disparidades de gênero que afetam a educação de meninas em idade escolar.

Meninas têm melhor desempenho em matemática

Segundo o estudo da Unesco, em um retrato global, as disparidades de gênero entre meninos e meninas podem estar diminuindo em alguns segmentos escolares. No relatório mais recente, as meninas tiveram melhor desempenho e até ultrapassam os meninos em matemática.

Ao todo, 120 países foram avaliados na pesquisa, que acompanhou a performance das crianças em educação primária e secundária na matéria. Com o resultado recente, entende-se que as barreiras de gênero para meninas em áreas de exatas e biológicas podem estar diminuindo, um resultado do esforço coletivo de muitos países em reduzir as desigualdades nas escolas e investir na formação científica feminina.

Até nos países menos desenvolvidos as taxas de desempenho de meninas em matemática têm melhorado. Em alguns países, a situação até se inverteu, como é o caso da Malásia, Cambodia, Congo e Filipinas, onde as garotas superam as notas dos meninos na matéria.

Essa alteração gradual em estatísticas históricas demonstra a importância de medidas contínuas para o acompanhamento do rendimento escolar feminino, que em muitos países, é tanto ignorado quanto proibido. No Afeganistão, por exemplo, as meninas são impedidas de frequentar as escolas e estudam secretamente pela internet, enquanto no Paquistão, 12 milhões de garotas estão fora da escola.

Mulheres ainda enfrentam barreiras de gênero no mercado

Mesmo com a melhoria de performance em matemática e ciências, as meninas continuam com menores chances de optar por carreiras científicas.

Conforme dados da UIS, órgão de estatística da Unesco, menos de 30% dos pesquisadores do mundo são mulheres. Além disso, as que percorrem carreiras em exatas são menos publicadas e recebem pagamentos inferiores aos trabalhos acadêmicos e científicos feitos por homens.

O estudo é importante para compreensão de como estereótipos e preconceitos afetam as habilidades de aprendizagem. Tanto no ensino superior como no mercado de trabalho, as áreas científicas são sempre representadas como algo masculino, o que desloca a participação feminina e infere que há um “gênero certo” para cada área de estudo.

Mulheres na ciência