Estima-se que o Mal do Alzheimer atinja em torno de 35,6 milhões de pessoas pelo mundo. Só no Brasil, são cerca de 1,2 milhões de casos, segundo dados da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz).
Um dos grandes problemas da doença está no diagnóstico. Acontece que a certeza do Alzheimer só existe após a morte do paciente com suspeita. É só então que poderá ser realizado um exame que analisa o tecido cerebral e comprova a existência da doença.
A boa notícia, porém, é que um grupo de cientistas americanos parece ter, finalmente, descoberto um jeito mais fácil de descobrir a doença em vida: o cheiro.
Como identificar o Alzheimer
O Alzheimer é incurável e pode ser confundido com a velhice, que também é caracterizada pela perda da memória e de funções cognitivas (mentais), responsável por atividades cotidianas. Isso porque acontece a morte das células cerebrais, mas a ciência ainda não sabe os motivos que levam ao desenvolvimento da doença.
Até agora, os únicos exames que são realizados para diagnosticar o Alzheimer são os de sangue e de imagem (como tomografia e ressonância magnética para descartar a possibilidade de outras doenças), e uma bateria de exames complementares para avaliar as funções cognitivas, associados com a história e o comportamento da pessoa.
Entretanto, cientistas da Universidade da Pensilvânia descobriram que existe um sintoma que pode se manifestar anos antes do desenvolvimento de sintomas mais graves: a incapacidade ou a dificuldade para identificar odores.
Diagnóstico precoce
Descobrir a doença antes faz toda a diferença, porque os medicamentos funcionam melhor nos pacientes que conseguiram descobrir o Alzheimer no começo, impedindo a progressão da doença.
Muitos pacientes diagnosticados com Alzheimer reclamam que a comida perde o sabor. Os cientistas acreditavam, então, na hipótese de que poderia ser algum problema no olfato, uma vez que se ele não funciona bem, o gosto também fica prejudicado.
A pesquisa publicada no periódico científico Journal of Alzheimer’s Disease avaliou idosos saudáveis, alguns apenas com sintomas de velhice e aqueles diagnosticados com a doença e descobriram que o nariz pode ser a chave para o diagnóstico precoce de pessoas com alto risco.
Os testes foram realizados com avaliações cognitivas e também da verificação de 16 tipos de odores. O pior desempenho aconteceu com aqueles que tinham sido diagnosticados com Alzheimer. A partir disso, os neurocientistas conseguiram “adivinhar” 87% das pessoas com Alzheimer.
“Trata-se de uma ferramenta útil complementar para identificar pessoas que têm risco de piorar”, explica o principal investigador do estudo, David R. Roalf. O método tem foco na prática clínica, porque é simples, e dura de 5 a 8 minutos de realização.
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