Escova de dente nova é limpa? Estudo mostra quantidade absurda de bactérias

por | out 25, 2017 | Ciência

250 milhões de bactérias e fungos foram encontrados em um objeto que, aparentemente, é bem limpinho: escova de dente nova. A chupeta nova, tirada da embalagem, apresentou um nível ainda maior de micro-organismos: 720 milhões.

A análise foi feita pela Faculdade de Biomedicina da Devry Metrocamp e divulgada em matéria do site G1.  

De acordo com a pesquisa, que analisou escovas de dente de criança, chupetas, bicos de mamadeira, garrafinhas de plástico e paninhos, os produtos novos apresentam maior risco que os usados ou higienizados em casa.

Fungos e bactérias em escova de dente

De acordo com a pesquisadora responsável pelo estudo, Rosana Siqueira, 77% das 20 escovas de dente novas analisadas apresentaram contaminação. Um dos modelos chegou a apresentar o acúmulo de 250 milhões de bactérias. 

Outras 24 escovas usadas por crianças de 4 a 10 anos foram investigadas de formas diferentes:  parte delas foi higienizada com enxaguante bucal à base de clorexidina, facilmente encontrado em supermercados, parte com enxaguante comum e uma terceira parte não foi higienizada.

O resultado mostrou em todas as amostras, exceto na exposta à clorexidina, foram achadas a Klebsiella pneumoniae, que é considerada uma superbactérias, Pseudomonas aeruginosa, que causa infecções oportunistas e a E. Coli, encontrada normalmente no intestino humano mas que, em grandes quantidades, pode causar infecção intestinal e urinária.

Como limpar a escova de dente nova?

De acordo com entrevista da professora ao G1, o ideal é fazer uma imersão das cerdas da escova nova em uma parte de enxaguante bucal. 

No caso de ela ser destinada a crianças, ferver a escova junto com outros objetos, como bico da mamadeira, chupeta, também é uma alternativa. É preciso ferver a água por até 15 minutos em um recipiente que não libere substâncias tóxicas e observar se os produtos são livres de bisfenol.

Depois de ser colocada em uso, a escova pode ser diariamente higienizada com o enxaguante bucal à base de clorexidina.

Chupeta nova x chupeta usada

iStock

O hábito de “passar uma água” na chupeta do bebê antes de colocar na boca da criança pode representar um risco de saúde: a análise encontrou 720 milhões de fungos e bactérias em 24 chupetas novas. 

“As bactérias são resistentes, porque algumas das chupetas foram fabricadas em 2014”, comentou a pesquisadora.

O acúmulo de micro-organismos se deu no processo de fabricação e armazenamento do produto. 

Por outro lado, o teste avaliou que nas sete chupetas usadas colocadas em análise foram identificados 100 mil micro-organismos, pelo fato de elas serem higienizadas com mais frequência. 

Mamadeira, paninho e garrafinhas

A mesma quantidade (100 mil micro-organismos) foi percebida em bicos de mamadeira usados. Já os paninhos e bichinhos usados como “cheirinho” pelos bebês e as garrafas de plástico apresentaram uma quantidade menor: 32 mil e 10 mil fungos e bactérias, respectivamente. 

Higienização é fundamental

Em todos os casos, a higienização do que se coloca na boca da criança é fundamental, fervendo os objetos para que as bactérias morram. 

Já a garrafinha pode ser higienizada com uma solução de duas colheres de sopa de hipoclorito e água por 15 minutos. 

Deixar os produtos bem secos no intervalo do uso também é importante para evitar bolores e fungos que podem causar problemas de saúde como infecções, diarreia, febre, problemas bucais, otite e até pneumonia.

Bactérias…em casa!