Você provavelmente já ouviu em algum momento da sua vida que fazer xixi sobre uma machucado causado por água-viva, que dói e arde, é a melhor forma de sarar a lesão. Apesar de ser tão comum a ponto de ser retratado até em filmes, será que essa é mesmo uma boa saída?
Devo ou não fazer xixi na lesão?
Recomendação médica: em hipótese alguma, faça xixi sobre qualquer tipo de ferimento. Qualquer um. O machucado causado pelo contato com uma água-viva ou uma caravela também não deve ser “tratado” com tal tipo de, digamos, remédio. Pelo contrário, alguns tipos de infecção podem ser transmitido por conta deste método.
Por que existe esse mito?
O mito de que urina faz bem para esse tipo de lesão tem um porquê, contudo. Despejar o líquido composto majoritariamente de água, mas também de ureia e amônia, pode fazer a dor diminuir no local da lesão.
“O fato da urina ser um líquido quente e conter amônia pode aliviar a dor momentaneamente, mas não melhora em nada”, explica Vidal Haddad, médico especializado em lesões com animais aquáticos.
O que fazer quando atacado por uma água-viva?
A primeira atitude é buscar terra firme. Se estiver no mar, deve-se suportar a dor por alguns momentos e nadar o mais rápido para fora da água. Tentar retirar os tentáculos do animal com as mãos nuas pode ser mais prejudicial ainda, pois criará um novo ponto de lesão no corpo.
Em terra, recomenda-se cobrir as mãos para desgrudar o animal e seus tentáculos do contato com a pele. Assim que retirá-lo, despeje água do mar o mais gelada possível na lesão – este é o procedimento padrão no Brasil, mas Dr. Vidal explica que, na Austrália, recomenda-se uso de água do mar aquecida. Ambas são válidas.
Após o primeiro momento, é indicado banhar o ferimento com vinagre, substância que ajuda a inativar o veneno – toda a dor causada pela água-viva é resultado da penetração de seu veneno na pele do banhista, é o que dá sensação de queimadura à lesão.
Importante ressaltar que é necessário que seja água do mar, e jamais água doce. “Água doce dispara nematocistos por osmose e aumenta o envenenamento”, afirma Dr. Vidal Haddad em guia para atendimento a vítimas de cnidários, espécie a que pertencem a água-viva e a caravela.
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