História de terror real: esqueleto encontrado em castelo ajuda a resolver antigo crime

Sabe aquelas histórias de amor que são dignas de uma tragicomédia shakespeariana? Pois é, algumas páginas obscuras da família real britânica ainda escondiam o desfecho de um caso misterioso, que envolve amor e assassinato.

Mas, um esqueleto de 322 anos encontrado no castelo britânico dominado pela Casa de Stuart (1603-1714) finalmente ajudou a solucionar o mistério, que parece até história de terror. Entenda abaixo

História da monarquia britânica

Quando a rainha Ana da Grã-Bretanha morreu, em 1714, ninguém de sua família assumiu o trono, pois todos eram católicos. Monarcas britânicos tinham que ser protestantes, por conta do Tratado da União, de 1707, que unificou os países que formaram a Grã-Bretanha.

Foi decidido, então, que o trono deveria ser assumido pelo parente protestante mais próximo, Jorge I. Ele se casou com a prima de primeiro grau, Sofia Doroteia de Brunsvique-Luneburgo, para herdar terras importantes. Ou seja, claramente por motivos políticos.

Eles não se amavam. Sofia se sentiu humilhada quando viu o rei tendo um caso abertamente, desfilando com a amante no palácio. Não demorou para que ela se apaixonasse por outro homem: o conde sueco Philip Christoph Königsmarck.

Com apenas 29 anos, o conde sueco costumava visitar a princesa no castelo em horários noturnos. De acordo com mais de 300 cartas trocadas por Sofia e o conde, estudiosos afirmam que esse caso tenha durado pelo menos dois anos.

Mas, no momento em que Jorge I descobriu a traição, ele foi implacável. Em julho de 1694, ele cuidou para que o corpo de Königsmarck nunca mais fosse encontrado.

Durante séculos, imaginou-se que Jorge I teria mandado guardas reais matar o conde e sumido com o seu corpo – poderiam ter arremessado em um lago, ou até mesmo decapitado, para não deixar rastros.

Como esqueleto foi encontrado

No dia 11 de agosto de 2016, porém, operários estavam trabalhando na reforma do antigo castelo, quando se depararam com um esqueleto. Um rápido exame feito por especialistas confirmava que aquele fóssil estava ali há séculos.


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Pesquisadores da Universidade Göttingen, uma das mais importantes da Alemanha, coletaram o esqueleto para fazer uma análise de DNA. Atualmente, eles comparam os resultados com parentes hoje vivos da família Königsmarck. A causa da morte, porém, ainda não foi solucionada.

“Se realmente tratar-se dos ossos de Königsmarck, seria uma grande sensação”, disse o diretor do Museu Histórico alemão, Thomas Schwark, ao jornal alemão Hannoversche Allgemeine Zeitung. “Isso seria concebível”.

Se por um lado o destino de Königsmarck permanece um mistério, o de Sofia foi bastante conhecido. Jorge I mandou prendê-la num castelo na região da Saxônia, quando ela tinha 34 anos. Ficou lá pelo resto da vida (até os 60), sem saber dos detalhes do triste destino reservado a seu amante.

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