Ler é melhor do que jogar videogame, mas jogos também podem ensinar

Jogos eletrônicos fazem parte de uma realidade praticamente inevitável na vida de crianças e adolescentes e, há tempos, dividem opiniões sobre seus possíveis benefícios ou prejuízo à saúde mental. Os videogames, afinal, fazem bem ou mal ao cérebro?

Atividades de lazer ajudam no aprendizado

Trabalhos científicos já mostraram que, em alguns casos, jogos eletrônicos interativos podem ter efeitos positivos para a cognição, melhorando memória, atenção e raciocínio, e que games focados em velocidade ajudam na percepção e nas habilidades motoras.

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Mas, para avaliar com exatidão o impacto do hábito de jogar videogames na cognição e no desempenho acadêmico e descobrir se a atividade é melhor ou pior do que a leitura de livros, pesquisadores conduziram um estudo com 27 mil adolescentes franceses, com idade média de 14 anos.

Com ênfase em games e na leitura, os estudiosos ligaram padrões de atividade de lazer com desempenho em fonologia, leitura e compreensão, matemática, memória de longo prazo e raciocínio.

Entre os jogos eletrônicos foram encontradas pequenas (ou nenhuma) correlações positivas para o desempenho cognitivo, ao contrário da leitura que, de fato, melhorava a memória a compreensão.

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Ler livros, de acordo com o estudo, é um hábito mais eficiente para aprimorar o desempenho acadêmico. Mas mesmo “perdendo” na comparação com a leitura, os games não foram considerados prejudiciais aos estudantes por não levarem a padrões negativos.

Os autores do trabalho afirmam que costumamos pensar que atividades recreativas de lazer podem atrapalhar os estudos, mas seus efeitos são positivos (ou inofensivos) e promovem estimulação cognitiva até bastante semelhante à obtida na aprendizagem escolar regular.

Mistérios sobre o cérebro