Mais velho do que a tartaruga: espécie de tubarão vive por 400 anos

Responda rápido: qual é o animal que vive por mais tempo? Se sua resposta foi tartaruga, tudo bem, você não está sozinho. Mas, é preciso dizer: está errado.

De fato, esse réptil resiste incrivelmente ao tempo, tanto que existe uma tartaruga carinhosamente apelidada de Jonathan, que vive no Oceano Atlântico, com 184 anos.

Porém, biólogos dinamarqueses apresentaram provas de que existe um animal que pode viver pelo menos o dobro da idade de Jonathan.

Usando uma técnica conhecida como “datação por radiocarbono” que, apesar de ser bastante complexa, ajuda a identificar materiais pré-históricos, eles descobriram que o tubarão-da-Groenlândia ( Somniosus microcephalus) pode chegar a aproximadamente 400 anos, tornando-se o ser vertebrado mais longevo existente.

Como descobriram a idade do tubarão-da-Groenlândia

Encontrado nas águas geladas e profundas do Atlântico Norte, o tubarão-da-Groenlândia é enorme, com cerca de 5 metros de comprimento na fase adulta. Geralmente, nascem com 42cm e crescem, em média, 1cm por ano.

Para descobrir a longevidade do mamífero os cientistas da Universidade de Copenhague usaram a espinha dorsal do tubarão e fizeram as primeiras análises. Não descobriram nada, então analisaram minuciosamente a retina do bicho, para medir as variadas formas de carbono pelo processo de datação.

Julius Nielsen, um dos pesquisadores de Copenhague, explica o processo: “A retina do tubarão-da-Groenlândia é feita de um material especializado – e contém proteínas que são metabolicamente inertes. Depois que as proteínas são sintetizadas no organismo, elas não são renovadas. Então, podemos isolar esse tecido formado quando o tubarão era um bebê, e fazer a datação por radiocarbono”.

Caça de tubarões

Com uma equipe marítima, eles analisaram 28 tubarões-da-Groenlândia, mas a maioria morreu após ficarem presos em redes de pesca.

Depois de muita insistência, encontraram uma fêmea de 5m e perceberam que tratava-se de uma das poucas idosas ainda existentes.

Poucos tubarões-da-Groenlândia têm mais de 100 anos porque, durante o período da Segunda Guerra Mundial, houve um extermínio em massa no Atlântico Norte desses mamíferos.

Eles eram caçados porque seus fígados eram usados para a produção de óleos de máquinas. Somente após o desenvolvimento de uma alternativa sintética o extermínio desses tubarões diminuiu.

Por isso, boa parte dos tubarões-da-Groenlândia analisados pelos dinamarqueses tinha nascido nos anos 1960.

Tubarões e o risco de extinção