Análises de meteoritos são algumas das pistas coletadas por cientistas para tentar entender um pouco mais sobre a origem do planeta Terra. Os estudos podem revelar evidências de bilhões de anos atrás, da formação do Sistema Solar.
Um meteorito que caiu em Curitiba há 43 anos começa a ser avaliado por cientistas brasileiros da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e pode revelar um pouco mais sobre a origem do Sistema Solar.
Meteorito de Curitiba: estima-se que tenha 4,6 bilhões de anos
Chuvas de meteoros acontecem quando uma quantidade muito grande de detritos, como restos de cometas e partes de outros planetas, entra em contato com a atmosfera em alta velocidade.
A maior parte desses detritos é originária de uma região elíptica do Sistema Solar, formada por inúmeros asteroides e localizada entre as órbitas de Marte e Júpiter.
Normalmente, os meteoros são menores do que um grão de areia e se desintegram ao entrarem em contato com a atmosfera do planeta, não chegando a atingir a superfície, explica Fábio Braz Machado, professor do Departamento de Geologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Família guardou objeto
O meteorito que caiu em Curitiba em 1977 foi guardado por uma família do bairro Uberaba, que presenciou sua queda. Na época, o meteorito destruiu parte do muro da casa.
Apesar de ter acontecido há 43 anos, o exemplar está em boas condições e o fato de ter sido guardado dentro de casa protegeu-o da umidade.
Meteorito raro: composição remonta ao início do Sistema Solar
Os pesquisadores querem analisar o meteorito porque ele é do tipo condrito, um gênero que representa a composição química original dos planetas rochosos, como a Terra. Por isso os cientistas assumem que meteoritos como esse tenham aproximadamente 4,6 bilhões de anos.
De acordo com o geólogo, “esses condritos têm uma importância científica fundamental, pois não passaram por um processo de diferenciação química, ou seja, não têm núcleo ou manto, como tem a Terra. A composição química deles é original do início da formação do Sistema Solar”.
O meteorito que caiu em Curitiba tem, aproximadamente, um quilo e pode ser orientado, o que o torna ainda mais especial e raro. “Ele estava em um vácuo e é atraído pela gravidade do planeta, quando entra em contato com a atmosfera da Terra, fica deformado em função do ar atmosférico”, explica Machado.
Os donos do meteorito doaram para a universidade uma pequena parte do exemplar, de aproximadamente 200 gramas, que se quebrou com o impacto. Os pesquisadores já estão realizando análises na amostra.
Estrelas, meteoros e meteoritos
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