As chances de cura do câncer aumentam quando o mal é detectado já no início. Em busca de encontrar as primeiras células cancerígenas, físicos russos criaram uma tecnologia inovadora que promete evitar que elas se propaguem e causem danos irreversíveis em nossos corpos.
Cientistas da Universidade Nacional de Investigação Nuclear (MEPhI), de Moscou, criaram nanossondas que podem ser introduzidas no corpo com capacidade de localizar e fixar em células que podem conter câncer. Assim, elas são identificadas e preparadas para serem destruídas.
O centro de biomedicina da MEPhI é um dos mais renomados do mundo: lá, trabalharam seis especialistas que venceram o Nobel de Física.
Batalha contra as células do câncer
A tecnologia usada pelos pesquisadores é de origem sul-coreana e consiste em uma partícula semicondutora, que tem brilho fluorescente. Ela é minúscula – por isso são chamadas de nanossondas – e reluz uma faixa infravermelha a cada vez que se choca com as células cancerígenas.
Resumidamente, as nanossondas se conectam às células e fazem com que elas fiquem visíveis aos cientistas.
“É um núcleo radiativo que vive apenas poucas horas, que observa o tumor, o irradia durante um tempo e fica inócuo para o paciente”, explicou Irina Zavastóvskaya, doutora em ciências físico-matemáticas que trabalha em um centro de biomedicina da MEPhI.
Sua composição foi feita a partir de anticorpos de bichos como camelos e tubarões porque, comparados aos anticorpos de outros animais, têm estrutura mais simples e tamanho menor – ou seja, são difíceis de encontrar, como as células cancerígenas que se escondem por bastante tempo.
A principal vantagem da nanossonda é seu tamanho – 13 vezes menor do que outros parecidos com ele que já foram criados anteriormente.
“É altamente estável”, diz Igor Nabiev, principal cientista do MEPhI. “Não se decompõe em altas temperaturas e é específico em detectar células cancerígenas”.
Até que os testes finais sejam concluídos e este pequeno equipamento seja utilizado nos principais centros médicos do mundo deve levar cerca de 2 a 3 anos.
Além deste equipamento, os cientistas trabalham num tipo de radioterapia para buscar máxima eficácia na luta contra o câncer, diminuindo o quanto for possível os danos colaterais.
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