Quem consegue ter uma boa noite de sono com pernilongos zunindo no ouvido? Por que temos que nos preocupar com as baratas? As moscas são pra lá de nojentas, não!? O que dizer das teias de aranhas, que se propagam em locais abandonados? E mosquitos que transmitem doenças mortais, como dengue e malária?
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Essas perguntas muitas vezes nos levam a acreditar que a vida humana seria MUITO melhor sem os insetos, mas a verdade é que eles são mais importantes do que imaginamos.
Efeito dominó
Praticamente 80% das plantas existentes no mundo são angiospermas, ou seja, produzem flores e frutos. Para se reproduzir, elas dependem dos polinizadores, geralmente transferidos fisicamente por insetos como abelhas, besouros e borboletas.
Além do mais, as angiospermas incluem o desenvolvimento de grãos básicos, como arroz e trigo, e o crescimento de frutas e vegetais, afetando a nossa alimentação.
As plantas, que dependem dos insetos, também são importantes para o equilíbrio da cadeia alimentar, já que muitas espécies precisam delas para se alimentar.
Portanto, diversas espécies de animais seriam os próximos extintos com o ‘sumiço’ dos insetos. “Se os insetos desaparecerem, muitos mamíferos e pássaros também desaparecem”, explica o professor Goggy Davidowitz, do departamento de biologia evolucionária da Universidade do Arizona (EUA). “Porque, se você não tem os insetos polinizando, mesmo estes animais que não comem insetos não terão frutas ou folhagens para se alimentar. Haveria um efeito dominó”.
Da mesma forma com que afeta as nossas vidas, os insetos também são importantes para a nossa ‘morte’. Fungos, bactérias e alguns insetos pequenos ajudam a decompor materiais orgânicos. Isso significa que não correríamos o apenas o risco de ver os mortos ‘ocupando’ um espaço que seria totalmente preenchido em pouco tempo. Significa, também, que carcaças de animais e restos de árvores seriam vistos com mais frequência.
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Como o aquecimento global tem afetado os insetos
Um dos grandes impactos desse fenômeno é a distância cada vez maior em que os insetos ‘interagem’ com as plantas. Especialmente durante a primavera, existe a tendência dos bichos demorarem mais a polinizar as flores. Tanto a demora desse processo, como a ‘antecipação’, pode fazer com que elas cresçam inférteis.
Uma pesquisa publicada em 2014 revelou, por exemplo, que as andrenas (tipo de abelhas) têm ficado cada vez mais fora de sincronia com a orquídea que precisa de seu polinizador. Isso por conta das mudanças climáticas. De acordo com os cientistas, liderados por Karen M. Robbirt, o tempo úmido da primavera impacta tanto no tempo de crescimento das flores, como na velocidade de voo desses insetos.
Se só essa pequena disfunção da natureza gera um impacto desses, nem dá pra imaginar como o mundo ficaria se eles desaparecessem de vez.
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