A descoberta do NGTS-1b desafia a principal e mais aceita teoria da formação de planetas. Utilizando um telescópio novo, instalado no Chile, os cientistas puderam identificar que o NGTS-1b é um planeta gasoso gigante que orbita uma considerada pequena e pouco massiva estrela – o que se sabia até agora é que tal formação não deveria ocorrer.
Por que descoberta é tão surpreendente?
A tese majoritária em relação à formação dos planetas afirma que estrelas pequenas, menores que o Sol, podem ter planetas rochosos gigantes orbitando a seu redor, mas que seriam incapazes de formar e abrigar em seus sistemas planetas gigantes gasosos – estes, só surgiriam em sistemas estelares onde houvesse muita massa.
Isso, em tese, não pode ocorrer porque estrelas pequenas não têm força gravitacional suficiente para atrair e juntar tanto material gasoso, a ponto de formar um planeta gigante.

O NGTS-1b prova que tal teoria precisa, no mínimo, ser repensada. Considerado da categoria “Júpiter quente” (ou seja, é pelo menos tão grande quanto Júpiter, mas 20% menos massivo que ele), o novo planeta não poderia orbitar uma estrela cujo diâmetro e massa são menos da metade do nosso Sol.
Como o novo planeta foi encontrado?
O novo planeta foi batizado em homenagem ao telescópio que o descobriu. O Next-Generation Transit Survey (NGTS) começou suas atividades em janeiro de 2015, no centro astronômico Paranal, do European Southern Observatory, no Chile. O NGTS-1b foi o primeiro planeta que ele encontrou.
Para encontrá-lo, o telescópio mediu o tempo de rotação entre ele e a NGTS, sua pequena estrela, cujos sinais de atividade são praticamente nulos. Puderam constatar que sua órbita dura 2,6 dias e que o planeta está muito próximo da estrela, cerca de 3% da distância entre a Terra e o Sol.

“Apesar de ser um monstro de um planeta, o NGTS-1b foi difícil de encontrar porque sua estrela-mãe é muito pequena e fraca”, disse o professor Peter Wheatley, em comunicado da Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, onde o trabalho foi publicado.
“Pequenas estrelas vermelhas como essa são realmente as mais comuns no universo, por isso é possível que muitos desses planetas gigantes sejam encontrados ainda”, concluiu Wheatley.
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