O Golfo do México é uma imensa área de oceano Atlântico cercada por terra em quase todos seus lados – é como se fosse uma península, mas ao contrário. Como maior golfo do mundo, é uma região marcada por alta biodiversidade. Contudo, a vida em parte dele está ameaçada: cientistas encontraram a maior zona morta já vista em parte de sua costa.
Zona morta é autoexplicativo: é uma área onde as condições de vida são tão difíceis que é raro qualquer planta ou animal se desenvolver e sobreviver a ela. No Golfo do México, essa área está concentrada principalmente na foz do rio Mississipi, no estado norte-americano da Louisiania. E está se alastrando em velocidade maior do que jamais foi registrado.

Uma pesquisa inédita produzida pela organização ambiental Mighty revelou que na zona morta há grandes quantidades de produtos químicos tóxicos, carregados pelo rio desde o interior dos Estados Unidos – e são estas substâncias as culpadas pelo quadro. E, de acordo com a pesquisa, a indústria responsável pelo problema é a da carne.
O que está acontecendo na zona morta?
O excesso de produtos químicos tóxicos diminui consideravelmente a quantidade de oxigênio na água. Isso, somado à presença em níveis elevados de nitratos, sufoca a maioria das espécies vivas do mar e, por outro lado, estimula a infecção em larga escala de fitoplânctons e algas marinhas.
O estudo explica que quando essas algas morrem, seus restos se acumulam no fundo do oceano e viram uma espécie de colônia de bactérias. Como elas precisam de oxigênio para viver, acabam monopolizando todo o uso. Assim, nenhuma outra forma de vida mais complexa consegue se desenvolver.
De acordo com o levantamento, grandes partes do golfo já são inviáveis para a vida – e a tendência é que a devastação se intensifique.
Como a indústria da carne causa a zona morta

Não é exatamente a carne que causa a poluição do mar, mas todo o resíduo que a criação de animais para abate gera ao ambiente. De acordo com a pesquisa, é a quantidade enorme de milho e soja que frangos, porcos e bois comem que impacta tão gravemente as águas.
A produção massiva desses alimentos para fomentar a indústria da carne resulta em 1,15 milhão de toneladas métricas de poluição por nitrogênio no Golfo do México todos os anos – a poluição se concentra principalmente nos fertilizantes.
O estudo compara com o último derramamento de óleo que afligiu a região: despejou 670 toneladas métricas de poluição, pouco mais da metade do que a indústria da carne.
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