Vinte anos após o primeiro clone animal da história (a ovelha Dolly, se lembra dela?), a América do Sul finalmente terá o primeiro bichinho de estimação clonado – e não, infelizmente não é no Brasil.
Tristes por perder o cãozinho Antony, que morreu de velhice, uma família argentina entrou em contato com a empresa BIOCAN (que tem sede na Coréia do Sul), única representante latina da Fundação Sooam de Pesquisas Biotecnológicas, instituição sul-americana especializada em clonagens, para fazer com que Antony ‘voltasse’ na pele de outro cachorro.
Clone de cãozinho argentino
A parte triste dessa história é que o processo de clonagem é bastante demorado: a família terá que esperar por um ano até que o novo Antony, idêntico ao anterior, “renasça”.
Mesmo assim, muita gente ainda recorre ao procedimento como alternativa para suprir a falta do bichinho de estimação: a BIOCAN diz já ter feito mais de 1.000 processos de clonagem.
Funciona assim: os profissionais extraem um pedaço da pele do cachorro (nessa caso, o Antony). Dessa pele, eles tiram uma célula somática (responsável pela formação dos tecidos), que depois é transferida para um óvulo.
Esse processo resulta em um embrião, que será introduzido em uma fêmea, que vai passar pelo processo de gestação até o nascimento do clone.
“Uma vez que as células estão formadas, são depositadas em tubos com nitrogênio líquido e enviadas à Coreia do Sul, onde são escolhidas as melhores células para iniciar o processo de clonagem”, explicou ao jornal El País o diretor da BIOCAN, Daniel Jacoby. “Ao todo, obtivemos 24 amostras; 18 nós enviamos, e as outras 6 guardamos num banco de células, para o caso de algum contratempo”.
Quanto custa?
A entrega do animalzinho clonado é feita no país de quem solicitou – no caso, a Argentina. A empresa garante que o cãozinho viaja em voos especiais e, em alguns casos, chegam a convidar os donos para ir até a Coreia do Sul, acompanhar de perto todo esse processo, que não é nada barato: quem tiver interesse em clonar animais precisa desembolsar entre R$ 200 mil e R$ 330 mil.

Questões éticas
Embora o número de clonagem de animais domésticos tenha aumentado com o passar dos anos, a questão ética em relação ao assunto ainda persiste. Por isso, defende Jacoby, é preciso esclarecer: “não estamos fazendo ninguém reviver”.
Jacoby continua: “Fazemos um processo genético para que saia um cão idêntico ao anterior, com as mesmas características físicas, e a parte comportamental é dada pela própria família que decidiu a clonagem”.
Ele reconhece que o preço é inacessível a muitas pessoas, mas faz um prognóstico para o futuro: os próximos animais a serem clonados serão os gatos.
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