Além de transmitirem valiosas lições de vida e ajudarem na criação dos netos, as avós podem ter sido fundamentais no sucesso da evolução humana.
Um estudo realizado pela Universidade de Harvard mostrou que a presença dos netos fez com que as avós se mantivessem ativas mesmo após o fim do período fértil. Lembrando que, na maioria das espécies animais, as fêmeas morrem pouco tempo depois de deixarem a fase de procriação.
Humanidade deve seu sucesso às avós
A teoria científica, chamada pelos pesquisadores de “hipótese da avó”, foi desenvolvida a partir da observação de mulheres mais velhas da tribo Hadza, no Norte da Tanzânia, além de comunidades e sociedades pré-industriais no Canadá e na Finlândia.

De acordo com os estudiosos, a ajuda das avós na criação dos netos permitiu que as mulheres pudessem ter mais filhos, evitando ainda o processo natural de envelhecimento.

E não é a primeira vez que a ciência se debruça sobre o papel das avós na humanidade. Pesquisadores já descobriram, por exemplo, que existe um gene que permite que avós cuidem de nós por tanto tempo.
“As avós são tão importantes em nossas vidas que até desenvolvemos genes para proteger suas mentes”, diz Ajit Varki, um dos autores de um estudo sobre o tema, publicado em novembro de 2015.
Os pesquisadores também descobriram outras variantes genéticas envolvidas na prevenção do declínio cognitivo. “Esses genes provavelmente evoluíram para preservar avós valiosas e sábias, bem como para atrasar ou prevenir o surgimento de indivíduos dependentes que poderiam desviar recursos e esforços do cuidado dos jovens”, explicou Varki.

Algo semelhante também foi observado entre as orcas, popularmente conhecidas como baleias assassinas. Assim como ocorre entre humanos, a espécie é um das poucas em que as fêmeas sobrevivem após a menopausa.
Publicada na revista Nature, a descoberta foi feita por cientistas e especialistas em vida marinha, que analisaram dados coletados durante 43 anos para identificar as possíveis razões pelas quais essa fase não reprodutiva acontece com esse tipo de baleia.

Os resultados mostraram que o fenômeno ocorre porque as orcas procuram prolongar sua vida útil para garantir a sobrevivência de seus filhotes e alcançar a idade reprodutiva.
A pesquisa explica que grande parte da sobrevivência de uma família orcas depende do caçador mais experiente, que geralmente é a avó. Essas matriarcas podem viver até 80 anos e sua “sabedoria” define a diferença entre vida e morte para suas famílias.