Terra já está em sua sexta extinção em massa e humanidade corre risco, diz estudo

Estamos vivendo uma era de extinção em massa de espécies em nosso planeta. Desde que a vida na Terra saiu dos oceanos e ocupou também os continentes, há cerca de 600 milhões de anos, apenas cinco vezes houve o fim de espécies em ritmo tão acelerado quanto o que estamos vendo agora – a última delas foi há 66 milhões de anos, com a extinção de 76% espécies, entre elas os dinossauros.

Esta afirmação apocalíptica foi publicada em artigo na publicação científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), resultado do trabalho de pesquisadores da Universidade de Stanford e da Universidade Autônoma Nacional do México que coletaram informações de espécies animais entre 1900 e 2015.

Estudo mostra fim de diversas populações

Esta pesquisa é uma das mais abrangentes já realizadas sobre biodiversidade. Foi coletada uma amosta de 27.600 espécies de vertebrados terrestres, sendo analisadas mais detalhadamente 177 espécies de mamíferos, parte delas consideradas de “baixo risco de extinção”.

De todas as espécies vertebradas investigadas, 32% (quase 9 mil delas) estão diminuindo em tamanho e em alcance da população. Entre mamíferos o quadro é ainda mais preocupante: mais de 40% das espécies sofreram declínios severos, de mais de 80%, entre eles os leões e as girafas. Todos os mamíferos analisados perderam 30% ou mais de faixas geográficas ocupadas.

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“A Terra está passando por um enorme episódio de declínios e extirpações populacionais, que terão conseqüências negativas em cascata sobre o funcionamento do ecossistema e os serviços vitais para a manutenção da civilização. Descrevemos isso como uma ‘aniquilação biológica’”, diz o artigo.

Fauna será afetada em breve

“O forte foco na extinção das espécies leva a um erro comum de que estamos apenas em um lento processo de perda de biodiversidade, e não de que a Terra está imediatamente ameaçada”, alerta o estudo. O levantamento mostra que até 50% de indivíduos animais que compartilhavam a Terra com o homem já não estão mais aqui, assim como já acabaram bilhões de populações de distintas espécies.

A perda de população afeta diretamente todo seu ecossistema. Isso significa que, quando afirma-se uma crise de extinção, ela se concentra em algumas espécies, mas outras diversas estão automaticamente ameaçadas no futuro. O estudo afirma que este ciclo de extinções pode representar um rápido processo de defaunação global com perdas de mesma proporção na diversidade de plantas.

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Humanidade corre risco – e é a principal culpada

“Todos os sinais apontam para crises cada vez mais poderosas para a biodiversidade nas próximas duas décadas, pintando um quadro sombrio do futuro da vida, incluindo a vida humana”, concluem os pesquisadores. Dentro de vinte anos, as condições climáticas e de biodiversidade podem ser tão distintas que a vida como conhecemos teria que se adaptar em uma velocidade incomum, explicam.

Por outro lado, foi a própria ação humana no planeta que disparou o gatilho para este processo. “Os principais impulsionadores dessas causas imediatas de destruição biótica são a superpopulação humana, o crescimento contínuo da população e o excesso de consumo, especialmente pelos ricos” afirmam.

Natureza em risco