Tudo na cabeça: conheça casos de ‘supermemória’

Não é fácil lembrar-se de tudo o que já ocorreu em nossas vidas. Estima-se que as pessoas se recordem de onze eventos por ano, em média. Alguns preferem escrever enquanto a memória é recente, para mantê-la com o tempo, mas ainda assim alguns detalhes se perdem.

Ao mesmo tempo em que alguns lutam contra o esquecimento, outros possuem a chamada supermemória, e conseguem se recordar de absolutamente tudo que aconteceu em suas vidas.

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A explicação científica baseia-se na hipertimésia, uma síndrome que funciona como uma amnésia ao contrário. Em vez de esquecer, a pessoa se lembra de detalhes minuciosos de anos atrás, que vão desde fatos históricos até as refeições que fez em certo dia. No entanto, a memória guardada é majoritariamente biográfica, ou seja, não serve de apoio para atividades do intelecto.

Cerca de apenas 20 pessoas no mundo sofrem de hipertimésia. O primeiro caso foi registrado em 2006, pela norte-americana Jill Price. Ela possui lembranças exatas de sua vida desde os 12 anos, e procurou ajuda médica aos 34. Um grupo de cientistas da Universidade da Califórnia estudou seu caso, e a partir de documentos históricos e um diário que Jill mantinha desde a infância, constatou que se tratava de hipertimésia.

No cérebro, a doença funciona expandindo o armazenamento da memória. É comum que a pessoa guarde lembranças não só no lobo frontal direito do córtex, responsável pela memória de longo prazo, mas também no lobo esquerdo e no occipital, áreas relacionadas à linguagem e à memória visual.

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Outros casos famosos de hipertimésia são os do inglês Aurelien Hayman, que se recorda de tudo o que ocorreu nos últimos dez anos, e Nima Veiseh, que começou a se lembrar melhor das coisas no dia em que conheceu sua primeira namorada, aos 16 anos.

Algumas evidências que podem explicar a ocorrência da supermemória são relacionadas à forma que a pessoa registra informações. De modo geral, quem sofre da síndrome possui uma maior capacidade de imersão em algum assunto, o que aumenta a concentração e a absorção dos fatos. Além disso, revisitar lembranças constantemente também pode aprimorar a memória.

Embora lembrar-se de tudo pareça uma vantagem, quem possui a supermemória não acha tão bom assim.  Ao mesmo tempo em que boas lembranças ficam frescas no cérebro, as más podem atormentar a pessoa por anos, o que pode desencadear uma depressão.