Antes de ser erradicada em 1980, graças a um esforço global de vacinação em massa, o vírus da varíola foi considerado o mais letal da história.
Estimativas apontam que, somente no século 20, a doença tenha sido responsável pela morte de 300 milhões de pessoas.
De acordo com um recente estudo feito pela Universidade de Cambridge, Reino Unido, os vikings teriam sido os grandes espalhadores da varíola há 1.400 anos, um milênio antes do que se pensava.
Fragmentos da varíola em esqueletos vikings
A descoberta de esqueletos vikings no norte da Europa permitiu, por meio de análise genética dos dentes de diferentes fósseis, que os cientistas identificassem a presença de cepas extintas do vírus causador da varíola.
Os dados completos do estudo foram publicados na revista Science.
A varíola é uma doença contagiosa causada por vírus cuja transmissão se dá por via respiratória, ou seja, por gotículas provenientes da boca ou do nariz de pessoas infectadas.
Os sintomas incluem mal-estar, dor de cabeça, dor nas costas e febre. Depois de alguns dias, a temperatura cai e aparecem erupções na pele.
A doença é fatal em cerca de 30% dos casos e não existe um tratamento específico. No entanto, se o indivíduo infectado receber a vacina até quatro dias após o contato com o vírus, o desenvolvimento da doença poderá ser impedido.
“Nós já sabíamos que os vikings se movimentavam pela Europa e além e agora sabemos que eles já tinham varíola”, afirmou em um comunicado Eske Willerslev, líder da pesquisa, que ainda fez a comparação: “As pessoas que viajam pelo mundo espalham rapidamente a Covid-19 e é provável que os vikings espalhassem a varíola”.
Até então, os pesquisadores não tinham provas científicas da existência do vírus da varíola antes do século 17. Acredita-se, no entanto, que a doença já estava presente no mundo desde 10 mil a.C.
Ainda não é possível saber como os seres humanos foram infectados, mas o mais provável é que o vírus tenha vindo de animais.
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