Os leitores do jornal norte-americano “New York Times”, distribuídos em 134 países, acordaram na manhã de 7 de agosto de 2018 com uma contracapa com a palavra “Adeus” e a imagem de um cabide em um fundo verde.
A legenda diz:
História por trás da mensagem

O anúncio surpresa feito pela Anistia Internacional, organização não governamental em prol dos direitos humanos, nesse jornal de prestígio levanta o debate histórico que está ocorrendo na Argentina: a descriminalização e a legalização do aborto.
A página completamente verde representa a cor da campanha para o aborto legal no país e o cabide está associado aos abortos inseguros e clandestinos.

Aborto na Argentina
Há décadas vários grupos feministas estão lutando pelo aborto legal na Argentina, um direito que é considerado uma ofensa criminal desde 1922, exceto quando coloca a saúde da mãe em perigo ou a gravidez é resultado de um estupro.
Segundo estatísticas da Anistia Internacional, os abortos inseguros são a principal causa de morte materna no país nos últimos 30 anos.

Erika Guevara-Rosas, diretora da Anistia Internacional para as Américas, disse:
Aborto no mundo
A interrupção voluntária da gravidez ou o aborto induzido é uma realidade presente em todos os países do mundo, independentemente de suas leis o proibirem ou não.
Nos últimos 60 anos, mais de 30 países mudaram suas leis para permitir maior acesso ao aborto a pedido das mulheres e, atualmente, ele é legal em 58 países ao redor do mundo. Na América Latina, somente o Uruguai, Cuba e a Cidade do México permitem isso.

Quantos abortos acontecem por ano no mundo?
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), são realizados anualmente 42 milhões de abortos induzidos por mulheres que enfrentam uma gravidez indesejada. Desse número, mais de 25 milhões são considerados inseguros, especialmente em países onde a prática é ilegal.
Além disso, a organização informa que 70.000 mulheres morrem a cada ano por complicações de um aborto clandestino. E entre 2 e 7 milhões sofrem complicações e doenças graves, como aborto incompleto, sepse, hemorragia e lesões de órgãos internos, tais como a perfuração ou ruptura do útero.
Por isso, a OMS reforça que, em países com leis que permitem o aborto, a incidência de complicações decorrentes de abortos inseguros é mais baixa do que em lugares onde o aborto é legalmente restrito.

Essa contracapa do “New York Times” foi tão bem-sucedida que possibilitou que grande parte do mundo conhecesse a situação clandestina a que estão submetidas as mulheres que abortam na Argentina, e causou grande repercussão nas redes sociais de diferentes países.
A atriz norte-americana Susan Sarandon tuitou: “A criminalização do aborto não impede que as mulheres abortem; isso as empurra para lugares inseguros e clandestinos. Senadores @SenadoArgentina o mundo está olhando para vocês: deem às mulheres o direito de escolher! #AbortoLegalYa #SenadoresQueSeaLey @amnistiaar”
The criminalization of abortion does not avoid women from having an abortion; it does push them to go to unsafe and clandestine places. Senators @SenadoArgentina the world is looking at you: give women the right to choose!#AbortoLegalYa #SenadoresQueSeaLey @amnistiaar
— Susan Sarandon (@SusanSarandon) August 7, 2018
Thomas Coombes tuitou: “O mundo está observando a Argentina esta semana. O @amnesty publicou um anúncio de página inteira no ‘New York Times’ de hoje, pedindo aos seus senadores que votem um projeto de lei que permita às mulheres o acesso a abortos seguros. Junte-se à chamada: apoie @amnistiaar e tuite @SenadoArgentina #AbortoLegalYa #QueSeaLey”
Val Voshchevska, da Anistia International: “Peguei minha cópia do @nytimes esta manhã no meu caminho para o trabalho em Londres. Caso não o tenha feito, aqui está o que está nas contracapa. Senadores na #Argentina, antes da votação de amanhã, apenas saibam que mundo está observando. #AbortoLegalYa”
Picked up my copy of the @nytimes this morning on my way to work in London. In case you didn’t, here’s what’s on the back. Senators in #Argentina, ahead of the vote tomorrow, we just wanted you to know that the world is watching. #AbortoLegalYa 💚 pic.twitter.com/0UBRbPiRlM
— 🇺🇦 Валерія Voshchevska (@Val_Voshchevska) August 7, 2018
Angela Singh usou o Twitter para opinar também: “Criminalizar o aborto só o torna inseguro e perigoso. Amanhã, senadores na Argentina devem mudar a lei para melhor. O mundo está assistindo @SenadoArgentina. #AbortoLegalYa”
Criminalizing abortion only makes it unsafe and dangerous.
Tomorrow, Senators in Argentina must change the law for the better.
The world is watching @SenadoArgentina.#AbortoLegalYa 💚 pic.twitter.com/fi23M3RMHD
— Angela Singh (@angelasingh24) August 7, 2018
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Original Author: Lucía Vernetti Original Author URL: https://www.vix.com/es/users/lucia-vernetti
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