Escolha de atleta que acendeu a pira olímpica tem significado maior

por | jul 23, 2021 | Mundo

Responsável por acender a pira olímpica nos Jogos de Tóquio, a tenista Naomi Osaka definitivamente roubou a cena na abertura do evento, mas isso não é algo novo para ela.

Aos 23 anos, a atleta é a atual número 2 do mundo no esporte, foi a primeira japonesa a vencer um Grand Slam e já bateu Serena Williams (de quem é fã desde a infância) – tudo isso enquanto se torna um exemplo cada vez maior de representatividade para jovens que, assim como ela, são multirraciais.

Naomi Osaka: tenista japonesa e negra foi destaque em abertura

Destaque na abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio ao acender a pira, oficializando o início do torneio, a tenista Naomi Osaka emocionou muita gente. Isso porque, além de já ser idolatrada por suas inúmeras conquistas no tênis – únicas para uma japonesa –, Naomi também é vista no país como “hafu” (expressão usada para rotular filhos de casamentos entre pessoas de raças diferentes), e sua exaltação na competição é um exemplo para inúmeros jovens pelo mundo, bem como uma quebra da tradicionalidade japonesa. Esta, no entanto, não é a primeira vez que ela rouba a cena.

Filha de mãe japonesa e pai Haitiano, Naomi Osaka nasceu no Japão, mas, aos três anos de idade, se mudou com a família para os Estados Unidos, onde passou a treinar tênis com o pai e a irmã. Logo, seu talento para o esporte passou a ser difícil de se ignorar – e, após anos de muito treino, ela entrou, em 2013, no circuito profissional da modalidade, em meio ao qual já venceu quatro Grand Slams (como são chamados os quatro torneios de tênis mais importantes do mundo).

Com 1,80m de altura e um saque descrito como poderosíssimo, Naomi foi a primeira japonesa a conquistar um Grand Slam, algo que aconteceu em 2018 e foi um momento especial de diversas formas.

Isso porque, além de ter se consagrado como um dos grandes nomes do tênis neste dia e garantido uma linda conquista pessoal, a vitória de Naomi se deu contra ninguém menos do que Serena Williams, campeã a quem a tenista admira desde muito cedo.

Ao todo, Naomi já venceu o US Open e o Australian Open (dois dos Grand Slams) duas vezes cada e, além de ter chamado muita atenção pela habilidade no esporte durante estes torneios, ela também se destacou por demonstrar apoio a lutas sociais.

No US Open, por exemplo, ela usou inúmeras máscaras faciais com nomes de diferentes pessoas mortas em episódios de violência policial nos Estados Unidos – como George Floyd e Ahmaud Arbery – para homenageá-las.

Além de ser uma grande tenista e ativista, a jovem também deixou recentemente uma marca no mundo da moda. Em 2020, ela apareceu no New York Fashion Week pela primeira vez, debutando uma coleção cocriada por ela junto da designer Adeam. No mesmo ano, ela venceu o prêmiou Laureus (conhecido como Oscar do esporte) como a Esportista de 2020, principal categoria da premiação, e no ano seguinte ganhou até uma série documental sobre sua vida na NetFlix.

Afastada do tênis desde maio quando decidiu não participar do torneio Roland Garros devido a questões relacionadas a saúde mental, ela está prestes a fazer seu retorno às quadras durante os Jogos Olímpicos. Representando o Japão, Naomi foi a atleta escolhida para acender a pira olímpica – e o momento deixou todos na web encantados com ela:

https://twitter.com/anarosacalves/status/1418585313375629320

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