A crise está aí, seja uma marolinha ou não. O mercado de trabalho está agitado, ansioso, as pessoas não sabem se tudo não passa de especulação econômica ou se de fato precisamos pensar em mudanças. Vêm as dúvidas: estou bem empregada, minha remuneração está de acordo com meu cargo, tenho algum prazer no que faço, devo procurar algo melhor neste momento delicado? No auge dos questionamentos, pinta um convite de uma empresa concorrente. E agora?
Analise a situação
Ao pensar em mudar de emprego, não se deve avaliar apenas os novos salário e benefícios propostos. Segundo Helenita Fernandes, sócia da empresa de Recursos Humanos Movimento RH, é preciso que se tenha critérios claros. “Um bom exercício é tentar responder perguntas do tipo: a empresa pleiteada é sólida financeiramente e reconhecida no seu mercado de atuação? Quais são as chances de carreira nesta empresa?”, ensina.
Pode-se aprender muito com as adversidades se estivermos abertos ao novo. Com humildade, crescemos profissionalmente.
Fique atento se realmente vale a pena enfrentar o desafio da mudança, para não trocar seis por meia dúzia. “Outra questão importante é em quantos por cento o meu rendimento irá aumentar e se estou evoluindo de função ou mantendo a mesma do momento. Respondendo de maneira consistente e positiva a estas questões a pessoa terá mais segurança para dar o passo para a mudança”, ressalta Helenita.
Networking
A consultora em desenvolvimento organizacional Fernanda Zarur destaca a internet como grande aliada na busca de informações. “Se é uma concorrente, supostamente a pessoa deve estar empregada. Como não há ansiedade para tomar a decisão, deve buscar o máximo de informações a respeito dessa empresa. Saber como é o turn over (rotatividade de pessoal) pois isso demonstra a satisfação dos funcionários. Empresa boa de trabalhar respeita seus colaboradores e ninguém quer sair”.
Faça o teste: É hora de mudar de emprego?
Descobrir como os clientes e fornecedores percebem a empresa é outro fator aconselhado por Fernanda. “Na hora da mudança, é necessário ser um bom investigador e evitar surpresas futuras. Com paciência, bons contatos e a percepção particular de mercado, não é difícil obter essas informações”, conclui Fernanda.
Estranha no ninho
Para a carioca Flavia Martins, gerente de produto de uma grande loja de varejo com sede em Porto Alegre, onde trabalhou por cinco anos, a decisão de mudar de empresa não foi das mais fáceis. Ela estava satisfeita com o ambiente de trabalho respeitoso e desafiador, mas não agüentava mais morar longe do Rio de Janeiro. A concorrência fez uma proposta boa e ela não perdeu tempo: arrumou as malas e voltou para Cidade Maravilhosa.
“Chegar à nova equipe foi bem difícil, nunca tinha liderado tantas pessoas e, além disso, muitas eram antigas na empresa e estavam esperando uma promoção que não veio, pois a oportunidade tão desejada ficou com uma guria“, relembra Flavia, acrescentando um detalhe que agravou a situação: “A líder anterior construiu a carreira lá dentro, era querida por todos e conhecia muito bem os processos. Minhas respostas eram mais lentas porque não sabia com quem falar ou até onde poderia ir. Precisei descobrir sozinha”, relata.
Pode-se aprender muito com as adversidades se estivermos abertos ao novo. Com humildade, crescemos profissionalmente. Flavia conta como agiu para quebrar as resistências: “Reuni todos e me apresentei, depois conversei individualmente. Ouvi muito e troquei informações”. Ela deixou o canal aberto e expôs que precisava de cada um para entender a empresa melhor.
Segundo Fernada Zarur “em toda equipe de trabalho existe uma dinâmica estabelecida e, para o profissional recém contratado, é necessário conhecer o terreno, saber dessa dinâmica”. E dá uma dica: “Nada de imprimir seu ritmo e sim conhecer o já existente”.





