Associação entre jogos e tiroteio em escola de Suzano gera resposta massiva nas redes

https://www.instagram.com/p/BogmneOgXBe/

O ataque à Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, Região Metropolitana de São Paulo, que aconteceu na última quarta-feira (13), gerou uma enorme repercussão.

A investigação sobre a vida dos autores do crime – tanto pela polícia, quanto por curiosos – começou no mesmo dia. Entre outros fatores, foi descoberto que eles jogavam jogos de computador que fazem apologia à violência, o que fez com que o crime fosse ligado aos games por muitas pessoas.

Tal associação gerou respostas massivas de gamers e especialistas. Veja a seguir.

Relação entre crime em escola de Suzano e jogos: respostas

A polícia foi até a Lan House que os assassinos frequentavam na cidade de Suzano e apreendeu os computadores que os meninos usavam. Eles descobriram que os assassinos participavam de jogos online de combate com armas.

O vice-presidente, Hamilton Mourão e outros internautas, relacionaram o crime com a popularidade de games violentos, mas os adeptos aos jogos não gostaram e se pronunciaram contra as declarações, afirmando que não há relação entre a violência simulada em um ambiente virtual com a do mundo real usando a #somosgamersnaoassassinos.

https://twitter.com/mandynotinpeace/status/1106146926037254145

O texto de uma das internautas dizia que nenhum tipo de jogo que ela jogou durante a vida construiu sua carreira e que os games funcionaram, muitas vezes, como uma válvula de escape.

“The Sims nunca me fez arquiteta, FIFA e PES nunca me deram uma carreira de jogadora, Surgeon Simulator nunca me tornou médica. Parem de colocar a culpa da negligência de vocês por uma juventude doente na válvula de escape e diversão de muitos”.

Já outra usuária do Twitter internauta alertou para áreas que precisam de cuidado e atenção além dos jogos:

O assunto virou pauta até no programa “Encontro”. Fátima Bernardes convidou o especialista Rodrigo Nejm, diretor de Educação da SaferNet para falar sobre o assunto.

Rodrigo deu sua opinião sobre a relação entre jogos com a vida real depois que Fátima leu o seguinte tuíte:

Para o especialista, não há como relacionar a atitude dos assassinos a partir de uma única explicação e que os games são uma forma de vivermos no nosso espaço lúdico.

“Os games podem ser uma forma de a gente ter um espaço protegido, seguro, simbólico, no espaço lúdico e de ter alguns comportamentos e ali lidar com aquela situação”.

Rodrigo ainda fez um importante alerta sobre darmos mais atenção à saúde afetiva das pessoas que estão ao nosso redor, principalmente dos jovens.

“A gente tem que ver que lugar o game ocupa na vida daquela pessoa. Ela só usa o game? Ela não consegue ter nenhum tipo de relação social fora do game? Ela só usa as redes sociais e não tem nenhum tipo de vínculo fora? Vamos olhar para essa saúde afetiva. Isso também é assunto das escolas.Os professores também precisam ser educados a fazer essa leitura da linguagem dos afetos, nas postagens, nos comentário e nos próprio jogo”.

Ataque à escola em Suzano