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O ataque à Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, Região Metropolitana de São Paulo, que aconteceu na última quarta-feira (13), gerou uma enorme repercussão.
A investigação sobre a vida dos autores do crime – tanto pela polícia, quanto por curiosos – começou no mesmo dia. Entre outros fatores, foi descoberto que eles jogavam jogos de computador que fazem apologia à violência, o que fez com que o crime fosse ligado aos games por muitas pessoas.
Tal associação gerou respostas massivas de gamers e especialistas. Veja a seguir.
Relação entre crime em escola de Suzano e jogos: respostas
A polícia foi até a Lan House que os assassinos frequentavam na cidade de Suzano e apreendeu os computadores que os meninos usavam. Eles descobriram que os assassinos participavam de jogos online de combate com armas.
O vice-presidente, Hamilton Mourão e outros internautas, relacionaram o crime com a popularidade de games violentos, mas os adeptos aos jogos não gostaram e se pronunciaram contra as declarações, afirmando que não há relação entre a violência simulada em um ambiente virtual com a do mundo real usando a #somosgamersnaoassassinos.
https://twitter.com/mandynotinpeace/status/1106146926037254145
O texto de uma das internautas dizia que nenhum tipo de jogo que ela jogou durante a vida construiu sua carreira e que os games funcionaram, muitas vezes, como uma válvula de escape.
“The Sims nunca me fez arquiteta, FIFA e PES nunca me deram uma carreira de jogadora, Surgeon Simulator nunca me tornou médica. Parem de colocar a culpa da negligência de vocês por uma juventude doente na válvula de escape e diversão de muitos”.
Meu filho joga videogames e é um anjo.
Culpar os videogames pela monstruosidade cometida em Suzano é uma afronta ao bom senso.
Gamers, estamos juntos!#somosgamersnaoassassinos
— Carla Zambelli (@Zambelli2210) March 14, 2019
Já outra usuária do Twitter internauta alertou para áreas que precisam de cuidado e atenção além dos jogos:
#somosgamersnaoassassinos
Colocar a culpa nos jogos é mais fácil que admitir que:
Escolas precisam de psicólogos.
Os pais estão ausentes na criação dos filhos.
As escolas estão despreparadas para casos de bullying.É mais fácil tirar o seu da reta né?
— @Fagundes (@paulettewith2t) March 14, 2019
O assunto virou pauta até no programa “Encontro”. Fátima Bernardes convidou o especialista Rodrigo Nejm, diretor de Educação da SaferNet para falar sobre o assunto.
Rodrigo deu sua opinião sobre a relação entre jogos com a vida real depois que Fátima leu o seguinte tuíte:
Para o especialista, não há como relacionar a atitude dos assassinos a partir de uma única explicação e que os games são uma forma de vivermos no nosso espaço lúdico.
“Os games podem ser uma forma de a gente ter um espaço protegido, seguro, simbólico, no espaço lúdico e de ter alguns comportamentos e ali lidar com aquela situação”.
Rodrigo ainda fez um importante alerta sobre darmos mais atenção à saúde afetiva das pessoas que estão ao nosso redor, principalmente dos jovens.
“A gente tem que ver que lugar o game ocupa na vida daquela pessoa. Ela só usa o game? Ela não consegue ter nenhum tipo de relação social fora do game? Ela só usa as redes sociais e não tem nenhum tipo de vínculo fora? Vamos olhar para essa saúde afetiva. Isso também é assunto das escolas.Os professores também precisam ser educados a fazer essa leitura da linguagem dos afetos, nas postagens, nos comentário e nos próprio jogo”.
Ataque à escola em Suzano
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