O novo campeão olímpico de salto com vara, Thiago Braz, acordou com o título de herói nacional. Mas, sua história de vida o faz brilhar mais do que a medalha de ouro que conquistou para o Brasil na noite desta segunda-feira (15), que emocionou todos os brasileiros que acompanhavam as Olimpíadas do Rio de Janeiro.
Thiago disputava a medalha com o francês Renaud Laevilleni. A dupla empatou com 5,93 metros e chegou à disputa do ouro. Neste momento, o brasileiro ‘voou’; Laeville conseguiu 5,98 metros e Thiago, 6,03 metros.
Marcado pelo abandono da mãe na infância, o saltador de 22 anos superou não só um recorde olímpico no salto com vara masculino. Ele também mostrou ao mundo que a dedicação ao esporte pode levar ao reconhecimento e ao triunfo de um atleta dentro de casa. Saiba mais sobre a história de Thiago.
História do atleta Thiago Braz
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Thiago Braz sempre adorou voar. Tanto que investiu o primeiro prêmio após se mudar para a Itália, onde mora atualmente, na compra de um avião de porte pequeno de motor e controle remoto. Nenhuma metáfora é mais precisa do que o atleta ter se dedicado ao salto com vara, influenciado por seu tio, Fabiano Braz, que foi decatleta.
Da cidade de Marília, interior de São Paulo, Thiago foi criado pelos avós, após a mãe ter saído de casa e nunca mais voltado. Segundo reportagem da revista Carta Capital, familiares viam o menino, por muitos dias, com uma mochila nas costas, esperando o retorno da mãe, o que nunca aconteceu.
Aos 13 anos, praticou basquete, mas rapidamente voltou ao atletismo. Determinado, aos 15, mandou um e-mail para o marido e técnico da também atleta Fabiana Murer, Élson Miranda de Souza, que começou a treiná-lo.
Dos 15 aos 18, o talento de Thiago foi lapidado e ele entrou no rol das competições mundiais. Em 2010, ele foi prata nos Jogos Olímpicos da Juventude, em Cingapura, e ouro no Mundial Júnior de Barcelona, em 2012, com a marca de 5,55 metros.
Mudanças de vida
Em 2014, Thiago Braz passou por duas grandes mudanças em sua vida.
A primeira foi o casamento, aos 20 anos, com a atleta de salto em altura Ana Paula Oliveira. O casal é bastante religioso e, em suas declarações, Thiago sempre fala sobre Deus, como quando foi questionado sobre seus objetivos profissionais. “Aceitar o que Deus tiver para mim”, respondeu.
Thiago se mudou para a Itália para treinar com o ucraniano Vitaly Petrov, com investimento do Comitê Olímpico do Brasil (COB), segundo matéria do Globo Esporte.
Como o caminho também teve obstáculos, foi neste ano que Thiago sofreu uma lesão no punho esquerdo e precisou fazer cirurgia. O atleta superou esta dificuldade e voltou a competir, participando dos Jogos Pan-Americanos de Toronto em 2015.
Na competição, entretanto, errou três saltos e foi eliminado antes mesmo da disputa de medalhas. “Está todo mundo chateado comigo, e eu também estou. Meu maior problema foi a parte técnica, principalmente a corrida”, afirmou Thiago, à época, de acordo com matéria da Folha.
O preparo para as Olimpíadas do Rio, por essa razão, foi diferente. Thiago se isolou com o técnico em um centro de treinamento em Natal, no Rio Grande do Norte, para não sofrer com a pressão de disputar a medalha em casa. Deu certo.
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