Dinheiro na mão é vendaval…

No momento em que você receber uma bolada em dinheiro, seja uma uma indenização, herança ou rescisão de contrato, o melhor a fazer é dar uma parada e pensar sobre qual será destino do seu tesouro. Se não tiver de pagar dívidas, é bom tomar decisões que o afastem do caminho dos gastos sem uma boa estratégia. Afinal, como diria o cantor e compositor Paulinho da Viola na música Pecado Capital, “Dinheiro na mão é vendaval…”. Aí, seu tesouro vai embora sem a menor cerimônia.

Colunista do Bolsa de Mulher, a especialista em finanças pessoais Sandra Blanco sugere que você escolha uma boa aplicação financeira para multiplicar seus reais. Mas o primeiro dado a ser analisado deve ser o seu perfil como potencial investidor e sua meta. Segundo ela, é preciso definir alguns parâmetros a partir das respostas às seguintes questões: o dinheiro a ser aplicado será usado a curto ou a longo prazos? A pessoa tem estrutura para investir aceitando riscos? Ou é aquela com perfil mais conservador, que prefere uma aplicação sem nenhum risco de perda de dinheiro?

Quanto à aplicação em fundo de ações, é preciso se ter em mente que se pode perder um pouco, uns R$ 400, mas depois recuperar, ganhando R$ 500 ou R$ 600

Com as devidas respostas na cabeça, a pessoa irá escolher o seu tipo de investimento. Sandra Blanco avalia que uma pessoa de perfil mais conservador deve aplicar o dinheiro em caderneta de poupança. “Esta pessoa pode ficar sem dormir se perder algum dinheiro ao investir em fundo de ações. Por isso, o melhor a fazer é pôr todo o dinheiro na caderneta de poupança. A poupança é melhor do que deixar o dinheiro parado. É um bom produto, não tem risco e não paga imposto de renda”, diz a especialista.

Segundo Sandra Blanco, se a pessoa tiver “estômago” para trabalhar com algum risco é bom partir para aplicações em fundo de ações, um “excelente investimento” já que a rentabilidade acumulada no ano de 2007 ficou em 42%. Mas a especialista em finanças prefere recomendar que a pessoa sempre divida seus reais em dois tipos de aplicações financeiras. “Não precisa aplicar todo o dinheiro em fundo de ações. A pessoa pode pôr uma parte em renda fixa e outra em fundo de ações”, ensina.

O Bolsa de Mulher preparou uma pequena lista com faixas de investimento. Com base nas orientações de Sandra Blanco, vamos dar dicas sobre o que fazer com o dinheiro. Primeiro, vamos trabalhar com a meta de resgate dos reais a longo prazo – por exemplo, cinco anos.

Com R$ 10 mil, o melhor a fazer é investir 60% em caderneta de poupança, cuja rentabilidade no mês variou de 0,67% a 0,7%, e 40% em fundo de ações. “Quanto à aplicação em fundo de ações, é preciso se ter em mente que se pode perder um pouco, uns R$ 400, mas depois recuperar, ganhando R$ 500 ou R$ 600”, diz a especialista em finanças.

Na faixa de investimento de R$ 30 mil, ela sugere dar o mesmo destino ao dinheiro. Ou seja: 60% em poupança e 40% em fundo de ações.

Se a pessoa receber a bolada de R$ 60 mil a R$ 100 mil, ela deverá fazer algo diferente. Ela deve conversar com seu gerente de banco para saber se há uma aplicação em fundo de renda fixa. Isto porque há bancos que não oferecem esse tipo de aplicação. Caso o banco disponibilize essa modalidade de investimento, o melhor a fazer é investir todo dinheiro – ou parte dele – em fundo de renda fixa, que teve uma rentabilidade líquida de 0,75% no mês.

Segundo ela, se a pessoa quiser o retorno a curto prazo – para comprar, por exemplo, uma casa no prazo de dois anos – e for investidor de perfil mais conservado, o melhor a fazer é aplicar todo dinheiro em poupança.