Imóveis na planta podem ser uma boa opção de investimento quando há a expectativa de valorização do imóvel e da região. Esses dois fatores, segundo o vice-presidente da Anefac, precisam ser analisados em conjunto. Além disso, em alguns casos é possível efetuar mudanças na planta, deixando o imóvel mais adequado ao gosto do comprador. No entanto, o mundo das maquetes e dos estandes de apartamentos decorados é lindo, mas nem sempre tudo vai estar daquele jeito após a construção. Quando o imóvel já vem pronto, temos a exata noção dele, mas, na planta, corremos o risco de ter uma idéia que não irá corresponder à realidade, podendo gerar certa decepção.
As parcelas que você paga durante a construção não têm juros, mas, depois, a taxa de juros pode chegar a 12% e você ainda paga uma taxa salgada de IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado)
Isso sem contar que, financiando um imóvel na planta ou em construção, o tempo que se levará para efetivamente realizar a mudança será bem maior. Portanto, quem paga aluguel, por exemplo, deve lembrar que continuará pagando e que deve incluí-lo como custo adicional na hora de analisar as alternativas de financiamento. E se o negócio for feito diretamente com a construtora, o que também é uma opção, cuidado. “As parcelas que você paga durante a construção não têm juros, mas, depois, a taxa de juros pode chegar a 12% e você ainda paga uma taxa salgada de IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado)”, alerta Nelson de Sousa, do Ibmec.
Além disso, outros cuidados devem ser tomados ao se negociar diretamente com a construtora: investigue seu passado junto ao Procon ou outros órgãos públicos para ver se a construtora é séria, se respeita os prazos e se não corre o risco de falir, visite outras obras de seu portifólio para checar se estão todas OK, verifique se a maioria dos imóveis já está vendida, cheque os preços do mercado para constatar se o imóvel não está sendo vendido acima do valor e preste muita atenção no contrato – nele devem estar contidas informações como a qualidade do material utilizado, todas as medidas do imóvel, prazo de entrega etc.
Veja também, por exemplo, se o contrato prevê alguma solução para atrasos na entrega da obra, se ele oferece a possibilidade de rescisão e devolução dos valores pagos, se o imóvel não está hipotecado (se estiver, garanta, por contrato, que após o pagamento de todas as prestações, ele passará a ser plenamente seu) e por aí vai.
Cuidados similares devem ser tomados ao se fechar um contrato de financiamento com um banco. Por isso, os especialistas recomendam a assessoria de um advogado especializado durante todo o processo de negociação – só ele terá condições de analisar os documentos e outras variáveis do negócio, protegendo os interesses do comprador.