O que vai acontecer com supostos terroristas brasileiros presos antes da Olimpíada?

por | ago 25, 2016 | Notícias

Durante a realização das Olimpíadas 2016, a Polícia Federal identificou e prendeu um grupo de suspeitos de práticas terroristas na ação que ficou conhecida como Operação Hashtag. Passadas as competições, os 12 suspeitos tiveram a prisão temporária decretada e prorrogada por mais 30 dias na última quinta-feira (18).

Segundo informações da Justiça Federal do Paraná, onde o processo foi distribuído, este será o tempo para que a PF analise os materiais recolhidos na investigação, além de relatórios das atividades nas redes sociais, meio em que o grupo se comunicava. Entenda mais sobre a atual situação dos suspeitos e quais são os próximos passos.

Operação Hashtag: o que aconteceu até agora

A Operação Hashtag foi deflagrada 15 dias antes do Rio 2016. No dia 21 de julho, a PF divulgou a investigação da participação de brasileiros em organização criminosa terrorista. Eles estariam planejando promover ataques terroristas com engajamento às ações do Estado Islâmico.

Na ocasião, segundo a Justiça, quebras de sigilo de dados e telefônicos revelaram pistas de que os investigados preconizavam a intolerância racial, de gênero e religiosa, além do uso de armas e táticas de guerrilha para alcançar seus objetivos.

Para se comunicar, os suspeitos também usavam aplicativos de mensagens instantâneas como WhatsApp e Telegram. Não há informações de que mantinham contato direto com o Estado Islâmico. Segundo as investigações, o grupo teria interesse em fazer ataque por tiros. 

Todos são brasileiros e atuavam em diversos estados. O homem apontado como líder do grupo é da cidade de Colombo, no Paraná. Por isso, o processo foi distribuído para a 14ª Vara Federal de Curitiba.

Os suspeitos foram enquadrados na Lei Antiterrorismo, nos artigos 3º e 5º: “Promover, constituir, integrar ou prestar auxílio, pessoalmente ou por interposta pessoa, a organização terrorista” e “Realizar atos preparatórios de terrorismo com o propósito inequívoco de consumar tal delito”, respectivamente.

Prisão temporária dos suspeitos

Na última quinta-feira (18), o juiz federal Marcos Josegrei da Silva prorrogou a prisão temporária dos 12 suspeitos por mais 30 dias. Isto porque a PF ainda precisa analisar 27 HDs, 14 telefones celulares e tablets, 15 DVDs e CDs, 12 pen-drives e outros dispositivos de armazenamento de mídia digital para perícia.

Segundo estimativa da PF, há ainda relatórios de atividades em redes sociais que totalizam cerca de 4 mil páginas por investigado que estão sendo analisados. As investigações da Operação Hashtag permanecem em segredo de Justiça. 

Os 12 investigados estão presos na Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Se condenados pela Lei Antiterrorismo, a pena de reclusão é de 12 a 30 anos em regime fechado.

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