O Vaticano divulgou um texto instrutivo sobre como os fiéis católicos devem agir frente à cremação dos corpos e o uso das cinzas. Em um documento assinado pelo Cardeal Prefeito Gerhard Müller, a Igreja Católica definiu que as cinzas não devem ficar em casa, nem serem jogadas no mar, no ar ou na terra.
A transformação das cinzas em diamantes e joias usadas por aqueles que estimavam o falecido também foi proibida, “para evitar qualquer tipo de equívoco panteísta, naturalista ou niilista”, diz o documento.
Segundo definido pelo Vaticano, os seguidores da fé cristã devem enterrar os mortos em cemitério ou em um lugar sagrado, pois o sepultamento “é a forma mais idônea para exprimir a fé e a esperança na ressurreição corporal”. Veja mais detalhes das determinações a seguir.
Regras de cremação pelo Vaticano
![](/wp-content/uploads/migration/vaticano-praca-pedro-1016-1400x800.jpg.jpg)
As regras foram anunciadas pelo Vaticano na terça-feira (25). No texto “Instrução a propósito da sepultura dos defuntos e da conservação das cinzas da cremação”, a Igreja destaca que recomenda “insistentemente” que os corpos sejam sepultados no cemitério ou num lugar sagrado. Um dos argumentos é que deixar os corpos em caixões favorece a memória de familiares e a promoção da oração aos mortos, além da veneração de mártires e santos.
![](/wp-content/uploads/migration/flores-caixao-enterrado-1016-1400x931.jpg.jpg)
O processo de cremação, em que o corpo se transforma em cinzas, pode ser realizado, mas em casos que a pessoa demonstrou expressamente sua vontade antes de morrer. Outra condição é que a cremação não tenha sido uma escolha “por razões contrárias à doutrina cristã”.
O que fazer com as cinzas
O Vaticano também deu orientações sobre o que pode e o que não pode fazer com as cinzas. Saiba mais:
- As cinzas devem ser conservadas, por norma, em um lugar sagrado: no cemitério ou, se for o caso, numa igreja ou num lugar especialmente dedicado a esse fim determinado pela autoridade eclesiástica.
- É proibida a conservação das cinzas em casa. Só há exceção em “casos de circunstâncias gravosas e excepcionais, dependendo das condições culturais de carácter local”, com liberação de autoridades episcopais.
- As cinzas não podem ser divididas entre núcleos familiares.
- Não é permitido jogar as cinzas no ar, na terra, na água, nem em qualquer outro lugar.
- É proibido usar as cinzas cremadas em peças de joalheria ou em outros objetos.
Cinzas transformadas em diamante
Esta última proibição diz respeito à transformação das cinzas em diamante, em que o carbono dos restos humanos é submetido a altas temperaturas para transformá-lo em grafite.
O material, então, é comprimido para se transformar em diamantes. Este processo pode chegar a custar R$ 60 mil, segundo apurado no site da empresa norte-americana LifeGem.
Morte e Igreja Católica