A tecnologia dos aplicativos de paquera, como Tinder, Happn e Grindr, definitivamente, não está a favor daqueles que querem encontrar um mozão para chamar de seu.
E a comprovação está em um estudo que mostrou que os algoritmos que “leem” as preferências dos usuários para decidir quais pessoas serão sugeridas para um encontro são uma furada.
A pesquisa realizada na Universidade de Utah, nos Estados Unidos, identificou que as opções de pretendentes oferecidas aos usuários não correspondem, de fato, com o que eles procuram na vida real.
Para isso, bastou fazer um experimento extremamente “arcaico” na história dos relacionamentos: voluntários foram colocados ‘tête-à-tête’ para conhecer pessoas e descobrir que tipo de amor estavam procurando.
Resultado: ninguém que o algoritmo havia selecionado cumpria as “exigências” de perfil como aqueles que foram escolhidos no mundo de carne e osso.
Algoritmo de aplicativos de paquera: como funciona

O estudo norte-americano, que foi publicado no jornal Psychological Science testou a eficácia dos algoritmos dos aplicativos de paquera em três momentos.
No primeiro, pediu a 350 universitários que preenchessem um questionário sobre personalidade, o que esperavam em um parceiro e estratégias de conquista.
Estas informações foram submetidas a um algoritmo semelhante ao que é usado nos aplicativos para que os resultados da máquina fossem comparados com o que os participantes viveriam em seguida.
Em um terceiro momento, os pesquisadores promoveram encontros-relâmpagos entre os universitários e pelo menos 12 pessoas.
A aproximação durou só quatro minutos e, logo depois, o voluntário deveria preencher outro formulário com suas impressões sobre o pretendente.

Comparação de resultados
A comparação dos resultados comprovou que o trabalho dos algoritmos é uma furada: a máquina consegue até prever pessoas que são mais amigáveis ou aquelas bem difíceis de agradar – mas falhou na tarefa de juntar pessoas que combinam.
Em comparação, os encontros ao vivo e a cores tiveram resultados bem melhores.
A professora responsável pelo estudo Samantha Joel explicou em entrevista ao site Quartz que o aplicativo até pode te aproximar de pessoas parecidas com você, mas não necessariamente trará a pessoa dos seus sonhos.
“Mas a paquera virtual ainda é uma ferramenta útil, porque identifica as pessoas em seu grupo. Isso é um serviço. Não diz, entretanto, que esta pessoa é uma boa opção para você”.