
Mesmo para quem é mais habilidoso com tecnologias, lidar com aparelhos móveis e aplicativos é algo que exige atenção, já que, a todo tempo, novos programas e arquivos nocivos são criados – e um dos mais novos é capaz de espionar tudo o que você faz em seu aparelho.
“BRata”: como funciona o app espião?
Descoberto por pesquisadores da Kaspersky, empresa desenvolvedora de sistemas de segurança, o “BRata” é um malware brasileiro que infecta aparelhos com sistema operacional Android e permite que o cibercriminoso monitore as atividades do usuário.
Segundo a companhia, o “Brazilian RAT for Android” (“RAT brasileiro para Android”, em tradução livre) possibilita, além do roubo de dados, a realização de transações bancárias e até a leitura de aplicativos criptografados, e o mecanismo que os criminosos usam para infectar os telefones é bem comum.
Algo bem particular desse malware é que, com ele, os criminosos têm acesso a todos esses dados porque conseguem visualizar a tela do celular da vítima em tempo real, além de ser possível também espionar as atividades da câmera e do microfone do aparelho.

Além de ser possível contrair esse trojan a partir de notificações do tipo “push” em sites infectados, o malware também é distribuído a partir de mensagens entregues tanto pelo WhatsApp quanto por SMS e, até pouco tempo atrás, até por downloads feitos no Google Play.
Isso porque, em junho, o vírus foi “disfarçado” como a correção de uma vulnerabilidade do sistema que foi usada para efetuar ataques a contas de WhatsApp – e, conforme os usuários baixaram a correção falsa, foram infectados pelo “BRata”. O download, porém, não está mais disponível.
Conforme explica Dimitry Bestuzhev, diretor da Equipe de Análise e Pesquisa Global da Kaspersky na América Latina, embora o alvo do “BRata” seja, até o momento, o Brasil, ele tem potencial para atuar em qualquer celular que tenha o sistema operacional Android em todo o mundo.

“Antes, o privilégio dos ataques móveis era limitado a alguns grupos especializados. Porém, hoje, praticamente qualquer pessoa tem acesso a eles, pois o malware é comercializado no mercado clandestino por R$ 3 mil e negociado com outros criminosos em troca de serviços ou outros malware”, afirma o diretor.
Como se proteger
Para não ter o celular espionado por este malware, a empresa orienta que usuários de Android tomem as seguintes precauções:
- Tome cuidado ao autorizar solicitações de aplicativos. Caso eles peçam algo que não é necessário para efetuar as funções normais dele, é preciso reconsiderar a autorização;
- Mantenha o sistema operacional de seu celular sempre atualizado;
- Não clique em nenhuma URL que venha de fontes desconhecidas ou que sejam enviadas em um contexto incomum e suspeito;
- Evite aceitar notificações do tipo “push” em sites e aplicativos;
- Busque algum tipo de proteção para todos os seus dispositivos móveis.

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