Como a impressão 3D ajudou cientistas a entender a reprodução de orquídeas

O uso de uma impressora 3D foi crucial para que pesquisadores da Universidade de Oregon (EUA) descobrissem exatamente como insetos polinizadores (abelhas, por exemplo) ajudam as orquídeas a se reproduzir.

Para isso, eles usaram uma orquídea com o nome científico Dracula lafleuri, uma bela e vistosa flor encontrada na floresta do Equador. Uma de suas principais vantagens é ser mais ‘durável’ que a maioria das outras espécies.

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O líder da pesquisa, o ecologista Tobias Policha, contratou a artista Melinda Barnadas para recriar a planta artificialmente.

Após um longo processo de refinamento, diversos escaneamentos em 3D e aprimoramento digital, Melinda desenhou moldes de gesso por onde puderam criar orquídeas de silicone no padrão de cores que desejasse. Entre os materiais utilizados para ‘recriar’ a flor, havia hastes de algodão (‘cotonetes’), tubos de ensaio e cartolinas.

Depois de todo o complexo trabalho de modelagem, os pesquisadores colocaram a orquídea ‘fake’ na floresta junto às demais flores, “mudando cores e padrões e adicionando e removendo aromas”, como diz o estudo.

Primeiramente, elas atraíram poucos insetos até elas, mas fazendo ajustes aromáticos os cientistas conseguiram deixá-las bem parecidas com as orquídeas reais.

A pétala que fica no meio da orquídea, semelhante a um cogumelo, foi essencial para o ‘disfarce’. Isso porque concentra o aroma da flor, que lembra um tipo de álcool e pode ser percebido em 80% dos cogumelos da região. “Somente ao aplicar aromas de orquídeas naturais muitos insetos se sentiram atraídos tanto para as imitações, quanto para as flores reais”, descreve a pesquisa.

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Outros estudos

Essa não é a primeira vez que os cientistas usam impressoras 3D para estudar as flores. Em 2015, o biólogo Octavio Campos, especialista em polinização da Universidade de Seattle (EUA), analisou como as curvaturas afetam o pólen das plantas.

“No futuro, podemos imaginar as possibilidades de desenhar nossas próprias flores artificiais”, disse Campos. “Você pode não apenas especificar como isso será feito, mas também a textura, padrão de cores, flexibilidade e quais partes serão mais rígidas ou mais leves”.

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