Antonio García Martínez tornou-se funcionário do Facebook de uma forma que não esperava: na tentativa de buscar uma contraproposta para vender uma startup, ele recebeu oferta do Twitter, viu o Google ‘abrir os olhos’, mas acabou ganhando uma oferta de trabalho na rede social de Mark Zuckerberg.
No livro “Chaos Monkeys: Obscene Fortune and Random Failure in Silicon Valley” (“ Macacos do Caos: Fortunas Obscenas e Falhas Aleatórias no Vale do Silício”, em livre tradução), Martínez conta um pouco da experiência de ter trabalhado para Zuckerberg: “Ele é seguido por ‘crentes fiéis’ que têm como único motivo de vida trazer todas as pessoas do mundo para a rede social”.
Facebook vs. Google
Em outra passagem ele conta como Zuckerberg ficou incomodado quando o Google anunciou a rede social Google Plus: ele ordenou que todos ficassem trancafiados, 24h por dia. Os familiares só poderiam visitá-los no fim de semana.
Martínez explica uma espécie de estrutura que ele chama de ‘ministério de propaganda do Facebook’: “Eles imprimem todos os tipos de cartazes, frequentemente distribuídos furtivamente à noite e aos fins de semana, de uma forma que lembra a samizdat soviética”, conta o autor. (A samiztad era uma prática de grupos que distribuíam livros e jornais proibidos pelo partido comunista da União Soviética.)
As mensagens costumavam ser agressivas: “ Nosso trabalho nunca está pronto” e ” O que você faria se não tivesse medo?” seriam algumas delas.
Em artigo para a revista Vanity Fair, Martínez explicou o perfil ‘adequado’ para se trabalhar no Facebook:
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Mulheres no Facebook
Além disso, ele deixou claro que a esmagadora maioria dos funcionários de lá é masculina. Ele argumenta que as funcionárias não podem usar roupas curtas ou decotadas demais, para não ‘distrair’ os colegas.
Cada funcionário que chega assiste a uma palestra da área de Recursos Humanos. As mulheres que desrespeitam, conta Martínez, levam uma bronca.
Quanto aos homens, não recebem nenhuma orientação desse tipo.
https://www.instagram.com/p/BGKJPQpPmd5/
Quem é o autor?
Antonio García Martínez trabalhou no Facebook entre 2011 e 2013 como gerente de produto de uma ferramenta chamada FBX, em que mediava anunciantes na rede social. Ele disse que foi mandado embora “por diversas razões”, incluindo insubordinação e enfraquecimento do produto que comandava.
Em seu livro, além do Facebook, ele critica toda a cultura do Vale do Silício: “O mundo te coroa como um gênio, e você começa a agir como um”, escreveu Martínez.
https://www.facebook.com/cnntech/posts/1163714463649627
Ao analisar a obra, a CNN sublinhou a comparação do Facebook com o fascismo, mas diz que Martínez falha ao não dar provas disso.
Desde que foi lançado, no final de junho, “Chaos Monkey” tem tumultuado as páginas de tecnologia da imprensa. O livro ainda não tem edição brasileira.
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