Você já ouviu falar de Paul Ceglia?
Antes mesmo do filme “A Rede Social”, dirigido por David Fincher, mostrar os inúmeros problemas e inimigos criados por Mark Zuckerberg, a Corte norte-americana já sabia do caso de Paul Ceglia.
Mas, não é por acaso que você provavelmente nunca tenha ouvido falar no tal nome. Ceglia processou Zuckerberg justamente por não ter recebido os direitos autorais da criação da rede social. Ele apresentou aos juízes um contrato que exigia 50% da propriedade de um projeto que acabou se tornando o Facebook, tal qual o conhecemos hoje.
Mas, afinal: essa acusação tem fundamento? Ceglia realmente é um dos donos do Facebook?
Paul Ceglia: dono do Facebook?
Em 2003, Paul Ceglia havia contratado Zuckerberg para dois projetos distintos. Primeiro, para desenvolver e manter um software para uma empresa citada como StreetFax Database. O segundo tinha a ver com a ‘continuação do desenvolvimento’ de um projeto “designado para oferecer aos estudantes da universidade de Harvard acesso a um site similar ao ‘yearbook’ com o título ‘The Face Book’”.
Os advogados de Ceglia contaram que ele contratou Zuckerberg, com apenas 18 anos na época, para ajudar no desenvolvimento desse site. O então estudante Zuckerberg teria aceito a remuneração de US$ 2 mil pelo trabalho.
Datado de 23 de abril de 2003, meses antes da inauguração oficial do Facebook (fevereiro de 2004), o contrato apresentado pela defesa de Ceglia dizia que ele teria propriedade de, pelo menos, 50% do projeto do Facebook.
Facebook Fraud Suspect’s Escape Aided by HandMade Contraptionhttp://t.co/X6F3jinrhS#PaulCeglia #facebook #fraudster pic.twitter.com/IoMqp3AVkt
— Giuseppe (@heresGiuseppe) March 12, 2015
Suspeito de fraude do Facebook é auxiliado por HandMade Contraption
“É fraude”, garante o Facebook
Após aprofundada análise, os advogados do Facebook questionaram se esse contrato não tinha sido forjado. Eles alegaram que o processo de Ceglia era “completamente frívolo”, ou seja, sem fundamento algum.
Houve um agravante para Ceglia: quando apresentou o processo, seis anos depois do ocorrido, caiu no ‘estatuto de limitações’ da Corte de Nova York, que não estende para mais de 6 anos processos que envolvem contratos.
Ao apresentar o processo, Ceglia já passava por outra grave acusação: fraude de clientes de uma empresa de combustível à lenha que possuía.
O que os investigadores disseram
Quando Ceglia apresentou as evidências de que teria trabalhado com Mark Zuckerberg, os investigadores analisaram e chegaram à seguinte conclusão: os contratos não mencionavam o Facebook.
E-mails que Ceglia disse ter trocado com Zuckerberg, provou-se depois, também não existiram.
Por conta da repercussão, o governo norte-americano entrou no caso. Então, chegou à conclusão de que Ceglia “adulterou, fabricou e destruiu evidências para sustentar as falsas alegações”.
Nenhum daqueles contratos apresentados por Ceglia, então, foram válidos. Ele perdeu a causa.
O governo sentenciou Ceglia à prisão por 40 anos, por dois motivos: fraude postal (pelos documentos) e acusação de fraude eletrônica (pela interferência em caixas de e-mail, além de querer se apropriar do Facebook de maneira considerada criminosa).
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Onde Ceglia está?
No começo de 2015, pouco antes de participar de mais um julgamento, ele conseguiu tirar os braceletes de monitoramento que foi obrigado a usar por determinação da Justiça, e acabou ‘desaparecendo’.
Ele também buscou e levou consigo a família: a esposa e dois filhos.
Recentemente, ele reapareceu no noticiário, dizendo ter fugido porque “alguém me quer morto”.
Ele enviou um e-mail à equipe da revista Bloomberg, dizendo que teve que fazer ‘coisas de McGyver’ para “correr por sua vida”.
Ceglia disse que está bem distante do solo norte-americano e fez um apelo:
“Alguns de seus leitores podem certamente achar que meu processo contra o Facebook era falso, mas se eles se consideram americanos, então deveriam defender até a morte meu direito sob a Constituição dos Estados Unidos a ter um júri para julgar o caso”.
Os advogados de Ceglia, por outro lado, querem que ele volte aos Estados Unidos, para levar o caso adiante: “Estou confortado em saber que seu desaparecimento se deu por vontade própria”, disse Robert Ross Fogg, um desses advogados. “Mas, para ganhar este caso, preciso que ele volte pra casa”.
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