5) Franceses tomam vinho nas ruas, nos parques e até no metrô.
No entanto, aqui é proibido andar com garrafa de bebida alcoólica aberta na rua. As pessoas costumam, então, colocá-la dentro de sacos ou transportar a bebida em garrafas de água, de leite e por aí vai (é engraçado ver, também, como sempre tem um mendigo disposto a oferecer um saca-rolha em caso de necessidade). Queijo sempre acompanha o vinho, mas tem todo um ritual para comê-lo. Já contei em uma coluna que, uma vez, “brigaram” comigo porque fui requentar o queijo brie. Que gafe!
6) Não é que os franceses sejam mal-humorados e mal-educados 100% do tempo, mas, acreditem (agora eu acredito também), acho que é uma questão pura e meramente cultural.
E é algo que atinge, na maioria das vezes, os parisienses, porque os franceses de outras regiões são muito diferentes. Enquanto eles sorriem, os parisienses adoram dar bufadinhas de impaciência. Se bobear, até eu vou chegar ao Brasil fazendo “pffffff” toda vez que algo sem importância me aborrecer. Além disso, os parisienses são adeptos do “curto e grosso”. Brasileiro é muito cheio de diminutivos, para começar. “Me vê um cafezinho?”, “Será que você poderia me fazer um favorzinho?”. Francês não tem meias palavras: ou é, ou não é. “Bonjour, senhor. Você saberia me dizer onde fica a rua tal?”. Se a resposta é negativa, na maioria das vezes você vai ouvir um “não” tão vazio, tão sem emoção, tão sem “poxa, desculpa, mas não vou poder ajudar. Tenta perguntar para aquele rapaz ali”, que isso será capaz de te deixar mal humorada logo pela manhã. Aliás, deve ser por isso que muitos parisienses são tão rabugentos: porque outros muitos não sabem o que é gentileza.
7 ) Enquanto no Brasil se discutem coisas como a morte de uma criança, a bala perdida que matou um inocente e, pegando mais “leve”, os políticos que escondem dólares na cueca e que roubam milhões da população…
Em Paris se discute, por exemplo, a nova lei que acabou com o limite de altura dos novos prédios da capital. O prefeito permitiu a construção de edifícios altíssimos, o que promete alterar totalmente a paisagem de Paris, onde desde 1977 é proibido construir prédios com mais de 37 metros de altura. Outro tema que está na boca do povo é o inesgotável “Carla Bruni / Sarkozy”. A cantora e primeira-dama vai lançar, agora, novo disco, o que está dando o maior bafafá. Será que Carla Bruni vai conseguir conciliar os dois cargos? É o que os parisienses andam se perguntando. Ai, ai, sinto que vou sentir saudade dessas “amenidades”…
8 ) Na cidade mais romântica do mundo, não poderia faltar um muro dedicado ao amor.
É o muro do “eu te amo”, localizado na Place des Abbesses, em Montmartre. Nele, o amor está conjugado em mais de 300 idiomas. A idéia partiu do artista francês Frédéric Baron, que começou a colecionar a frase Je t’aime em várias línguas. Do papel, foram parar no muro de 40 m². Muito romântico!
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Andei lendo por aí algo que me chamou muito a atenção. Não sei quem escreveu, mas era algo assim: “Paris é uma cidade que nunca acaba e para onde sempre voltaremos. Nem que seja para buscar algo que, no fundo, está dentro de nós”. Assino embaixo. Conheci muitos lugares aqui na Europa, graças a Deus, mas Paris é Paris. Por ela, para ela, eu sempre volto. Por isso, me despeço não com um aurrevoir (adeus), mas com um ” à bientôt (até logo), Paris!”.
Desde já, meu “muito obrigada!” para quem me acompanhou nessa aventura! Quem quiser trocar mais idéias, pode me encontrar no [email protected]
Então, vamos combinar assim: hoje, nosso papo não está terminando – está só começando! Beijos!