BM – Você é uma mãe bem jovem.
IG– Fui mãe aos 20 anos e isso não é parâmetro na minha casa porque minha irmã (a atriz Rosana Garcia) foi aos 17 anos.
BM – As crianças estão sempre te acompanhando? Elas ficam na coxia?
IG– Eles não ficam na coxia porque não teve essa necessidade. A coxia é um lugar sagrado, não gosto muito de brincadeira.
BM – Estou vendo que Gabriela, sua caçulinha, é super amiga da Rafaela.
IG– A Rafaela é minha, minha, ah… é minha ex-enteada, é irmã da Gabriela. Ela é filha da Cristiana Oliveira com o André Wanderlei, o pai da minha filha Gabriela. Vou explicar: quando eu casei com o pai da Rafaela, o João, meu filho mais velho, tinha dois anos e a Rafaela tinha dois anos também. Eles têm a mesma idade. Ela veio morar comigo. A Cristiana estava trabalhando fora. Ela ficou com a gente até os oito anos.
Rafaela Oliveira – Minha mãe estava fazendo Pantanal nessa época. Eu sempre morava com eles e voltava para minha casa. Ficava mais tempo com eles porque minha mãe estava sempre viajando.
IG– Ela está passando as férias na casa do pai dela e o pai dela viajou de férias e ela veio ficar comigo.
Rafaela Oliveira – Não é nem porque meu pai está viajando. Estou com ela porque gosto dos meus irmãos. As pessoa acham que porque separou eu não vou ver mais ela. Além de ela ser a mãe dos meus irmãos, ela (a Isabela) é minha amiga.
BM – A Gabriela é a tua cara. Lembra a época que você fazia a novela “Água Viva”.
IG– Ela pendurou no quarto um posterzinho da “Água Viva”. É realmente idêntico.
Gabriela Garcia – Então eu sou linda.
BM – As crianças encontram o pai com freqüência?
IG– Encontram. Na verdade, como a gente morou junto, o João chama tanto o André quanto o Bonfá (Marcelo Bonfá, pai biológico do João) de pai. Mas no final de semana, é para a casa do André que ele vai. Tudo isso é meio um rolo. Acaba dando tudo certo. Ele viaja pra fazenda com o Bonfá, ele tem um irmão também, o Thiago. Já é uma outra linha da nossa família. O Thiaguinho é uma gracinha. A Simone, que é casada com o Bonfá, é muito minha amiga. Então, está tudo em família, está tudo muito bem.
BM – As crianças demonstram algum desejo de seguir essa carreira?
IG – Acho que toda criança tem alguma coisa artística porque eles têm menos vergonha. Não estimularia sem eles terem vontade. Também não desestimularia se eles tivessem vontade. Deixo correr frouxo. João quer ser guitarrista e Bibi quer ser cantora.
Rafaela Oliveira – Acho que vou ser decoradora de interiores.
Gabriela Garcia – E eu vou ser arquiteta.
BM – Você é desse tipo de mãe que ajuda os filhos a fazer dever de casa?
IG– Ajudo dentro do que eu sei (risos). Tudo muda muito. Mas tenho muito prazer nisso e em qualquer coisa que é relacionada às crianças.
BM – Tua mãe ajuda com as crianças?
IG– Na medida do possível, ela mora em Barra de Guaratiba, meio longe. Eu preciso sempre de alguém. Temos há muitos anos uma babá e uma empregada, a Carmem e a Eliane. Elas moram comigo, são membros da família. No final de semana, sempre tem uma para ficar comigo.
BM – Como anda a tua vida afetiva?
IG– Estou solteira.
BM – Quantas vezes você já casou?
IG– Casar, morar junto? Eu morei com o pai do João (Marcelo Bonfá), morei com o pai da Bibi (André Wanderlei) e tive um namoro que cheguei a morar junto um tempo e tal. Casamento mesmo foi com o pai do João e o pai da Bibi. As pessoas que eu me relacionei foram muito diferentes fisicamente.
BM – Como é a tua rotina? Alimentação balanceada? Exercícios físicos?
IG– Não. A ginástica está parada desde que comecei a ensaiar a peça “Alarmes”. Era para ter voltado ontem, segunda-feira. Sabe aquela história “segunda eu volto”?, mas eu não voltei (risos). Dieta? Eu fiz um tempo, quando parei de fumar e engordei um pouco. Com excesso de trabalho, não preciso mais.
BM – O que você faz no seu lazer?
IG– Tenho saído muito para jantar com meus amigos e minhas amigas ou sair para fazer alguma coisa que as crianças estão a fim.
BM – Uma frase:
IG– Tem gente que diz “correr atrás do prejuízo”. Ninguém corre atrás do prejuízo, todo mundo corre atrás do lucro.
BM – O que não pode faltar na tua bolsa?
IG– Meu celular para todo mundo poder me achar. Não pode faltar dinheiro, que é muito importante, e documentos. Não ligo tanto pra maquiagem.
BM – E qual é tua opinião a respeito do aborto?
IG– Acho que isso é uma coisa muito particular. Não diria que é uma opinião, é uma convicção. Sou uma pessoa muito ligada na coisa espiritual toda. Não acho bacana, não uma coisa que seja legal. Acho que é um corte de ciclo. Acredito nessas coisas. Mas, eu não gosto de me posicionar em relação a isso porque eu sei que cada pessoa está passando um momento. Acho que cada pessoa deve viver de acordo com aquilo que acredita. No meu caso, acredito que isso é uma coisa que não pode fazer bem a ninguém. É muito triste, um karma muito pesado.