Ator relata episódio chocante de preconceito contra a filha – e todos os pais deveriam ler!

O ator André Luiz Miranda, que já participou de diversas novelas da TV Globo e hoje está no ar como o Vinícius de “Malhação: Vidas Brasileiras”, testemunhou uma situação um tanto quanto inesperada (mas, infelizmente, não incomum) que prova que o racismo pode ser um mal muitas vezes silencioso em nossa sociedade.

Quem pensa que o preconceito racial só se manifesta em ofensas explícitas no dia a dia precisa saber o que o artista viveu no próprio local onde mora, no Rio de Janeiro. E o pior: não foi ele o alvo da situação em questão e, sim, sua filhinha, Beatriz, de apenas dois anos.

O relato forte e triste deveria ser lido por todos os pais, para que todos possam criar crianças sem preconceitos.

Episódio de racismo contra filha de ator

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Em sua página no Instagram, André fez uma publicação para contar o que havia acabado de presenciar no parquinho de seu prédio. Naquele dia, ele explicou que conseguiu chegar cedo do trabalho e decidiu levar a filha para brincar no térreo.

Os dois estavam se divertindo até que a menininha se distraiu com a chegada de outra criança, de cerca de quatro anos, que estava acompanhada de um irmão mais velho. Como era de se esperar, Beatriz correu até a “nova amiguinha” para tentar engatar uma brincadeira entre as duas. Porém, foi aí que a situação começou a mudar.

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“Logo notei uma coisa diferente no comportamento dessa criança. Sempre fugindo da minha filha, sem emitir um som sequer, e minha filha querendo muito a atenção dessa amiga. O irmão dessa menina foi jogar bola no campo ao lado e então éramos só nós 3 nesse parquinho. Minha filha querendo o tempo todo brincar e sempre rejeitada”, disse André no texto.

Quando uma terceira criança chegou ao local, o ator afirmou que o comportamento da menina que rejeitava sua filha mudou. “Abriu um sorrisão, correu para abraçar, chamou para brincar e minha filha ali isolada”.

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Como qualquer pai preocupado, vendo a tristeza da filha, ele decidiu conversar com a primeira menininha para saber por que ela não queria brincar com Beatriz. Embora estivesse incomodado com a cena, André teve um verdadeiro choque ao ouvir a resposta da garota.

“Eis que a criança de 4 anos respondeu: ‘Pessoas do cabelo assim e com essa cor, eu não gosto. Eu só brinco com pessoas brancas’. Perguntei se [essa ideia] era da cabeça dela ou se alguém já falou isso para ela, e ela me respondeu que era da cabeça dela. Nessa hora, a minha perna ficou bamba, um aperto no coração e uma vontade de chorar ouvindo essas palavras saírem da boca de uma criança”, descreveu.

Racismo no Brasil

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Mesmo doloroso, o episódio serviu de inspiração para André fazer um alerta a todas as pessoas que não enxergam o racismo sofrido por tantas de pessoas diariamente. Isso porque esse preconceito tem raízes profundas no consciente de uma parcela da população e é passado de geração para geração de forma velada e, muitas vezes, inconsciente.

“O racismo é estrutural e reproduzido pelas crianças de forma assustadora. Mesmo não tendo consciência do conceito de raça, essa criança aprendeu alguns aspectos que estão na nossa sociedade. O cabelo, a cor da pele são características determinantes da diferença racial e isso motiva essas ações”, afirmou o ator.

A atitude chocante da criança mostra o quanto ainda precisamos falar sobre o racismo e combatê-lo no cotidiano. Afinal, os pequenos podem ser a chave para o fim de todos os tipos de preconceito que assolam a sociedade em qualquer parte do mundo – mesmo que essa tarefa exija muito trabalho e esclarecimento.

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Racismo e preconceito na infância