Conhecida por abordar sexualidade no “Altas Horas” (Rede Globo), a psicóloga e sexóloga Laura Müller já é bem querida pelo público – e ficou mais ainda após um vídeo seu dando uma resposta didática sobre educação sexual viralizar no Twitter. Apesar de não ser recente, o discurso da especialista é esclarecedor e importante especialmente para quem pensa que falar sobre o tema na escola é o mesmo que “ensinar a transar”.
Laura Müller esclarece educação sexual nas escolas
Na ocasião, o tópico da educação sexual nas escolas foi levantado por um integrante do grupo “Raça Negra”, que questionou o quão plausível é esse assunto estar presente durante a infância. “Tem um papo rolando na internet, se uma criança de oito anos já tem que estar aprendendo sexo na escola… Eu sou contra porque sou pai, tenho filho”, disse ele, e Laura didaticamente explicou que a ideia não é essa.
https://www.instagram.com/p/By5cDzrJsjl/
De acordo com a especialista, o principal é entender que falar de sexualidade não é o mesmo que falar de sexo. “É sexualidade como um conceito amplo, como nosso jeito de ser no mundo, como o jeito de a gente ser homem e de ser mulher no mundo. O que é isso? De a gente lidar com o nosso mundo interno, nossas emoções, nossos sentimentos, nossos valores, nossas crenças e de a gente lidar com o mundo ao redor”, disse ela.
Em seguida, ela deixou claro que falar sobre sexo deve acontecer, mas sempre no momento certo e abordando temas pertinentes para a idade. “A gente precisa começar, com seis, sete, oito anos, a falar de corpo, de funcionamento corporal. Os conhecimentos vão evoluindo à medida que essa criança cresce. Com nove, dez anos, a gente já vai estar falando de reprodução, até porque meninas às vezes menstruam aos nove anos de idade”, lembrou ela.
A sexóloga ressaltou ainda que, no início da pré-adolescência, é preciso falar de sexo – não para incentivar que as crianças façam, mas para conscientizá-las sobre temas importantes. “Aí a gente já vai estar falando de sexo, da prática sexual, de prevenção à gravidez na adolescência, de diversidade, de doenças sexualmente transmissíveis”, listou a especialista. Além disso, ela também explicou o papel dos pais em meio a essa questão.
“Os pais são os nossos primeiros modelos, os nossos primeiros educadores sexuais, que nos ensinam como ser no mundo”, disse, avisando que não é preciso pensar na educação sexual como algo perigoso. “Tem todo um pensar por trás, isso não estimula uma sexualidade precoce, uma vivência precoce à sexualidade”, comentou.
https://www.instagram.com/p/Bt3CM7mnesm/
Mesmo sem ser atual, o vídeo desse momento foi repostado por um perfil no Twitter e não demorou até o nome de Laura estar entre os assuntos mais comentados do mundo na rede social.
Nela, internautas ressaltaram a importância do tema, além de agradecer a atitude da especialista em explicá-lo de maneira tão didática.
Mais claro que isso, só se desenhar! Laura Muller você se garante demais!!! pic.twitter.com/GN53ySmAv3
— quel⁷ (@wingsjoonie_) July 22, 2019
Laura Muller de forma didática explica o pq debater sexualidade nos ambientes de ensino é importante, utiliza o conhecimento para demonstrar que dialogar sobre sexualidade não é o mesmo que falar sobre sexo. As vezes o óbvio precisa ser dito a mentes restritas. pic.twitter.com/IJhsn2I5jz
— Olhos de Zulmira (@rafinhagomes00) July 22, 2019
A Laura Muller, não humilhou o cara, esclareceu. Geralmente quem reclama de abordar sexualidade nas escolas é aquele que ensina o filho de 6 anos a chamar o colega de viadinho. Isso já é abordar sexualidade de forma torta e vai refletir tbm nas relações afetivas na vida adulta.
— Secretária Danielle (@secretadani) July 22, 2019
https://twitter.com/srta_paullie/status/1153316262010851328
