Chegar aos 60 não é mais o “fim da vida” e está longe disso: idade deve ser valorizada

Já foi o tempo em que completar 60 anos era sinônimo de chegar ao “fim de vida”, mas infelizmente nem todo mundo conseguiu acompanhar esta transformação e ainda tem antigos estereótipos.

Mesmo mantendo-se ativas no mercado de trabalho, cuidando da casa e da família, namorando e seguindo uma rotina atribulada, essas pessoas ainda são representadas, na maioria das vezes, com símbolos ultrapassados, como idosos debilitados e ociosos.

Estereótipos ultrapassados

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Em coletiva de imprensa do evento “Longevidade – Como chegar a uma maturidade plena”, da farmacêutica Bayer, a escritora Márcia Neder, autora do livro “A Revolução das 7 mulheres  – um perfil da geração 50+ que está reivindicando e reinventando a maturidade”, afirma que a visão feminina quanto a esta faixa etária é limitada.

“Na mídia, a mulher idosa só aparece como estereótipo: ou é a velhinha de cabelo branco infantilizada e saltitando na poça d’água, ou a madura ‘piriguete’ que usa as roupas da filha ou a toda tatuada que se joga de paraquedas”, exemplifica. 

Não é que esses perfis não existam, mas eles representam somente uma pequena parcela das mulheres e contribuem para a ideia de que a terceira idade é um enorme borrão sem diferença.

Símbolos que não representam

O próprio símbolo que ilustra a terceira idade em estabelecimentos e no transporte público – desenho de um idoso com as costas curvadas e usando bengala – não condiz com a realidade.

“Passa a ideia de que fazer 60 anos é o início do fim e é estar debilitado. Isso não é verdade, já que o aumento da expectativa de vida indica que ainda terão 20, 30 e até 40 anos de vida com condições melhores do que as de antigamente”, ressalta Márcia Neder. 

“Os 60 são os novos 60”: valorização é importante

Há quem diga que os 60 são os novos 50, mas essa visão desmerece a idade e até renega um fato que não pode ser cancelado. 

“Na geração passada, fazer 60 anos era o ‘bico do corvo’, mas hoje em dia não”, ressalta a escritora, que justifica que a sociedade atual valoriza mais o conhecimento e a informação ao invés da mão de obra que era visada antigamente.

Isso é notável pela quantidade de mulheres que continuam trabalhando, administrando negócios, cuidando perfeitamente da casa e dos filhos e engatando relacionamentos após essa idade.

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Além disso, a diversidade permanece marcante nesta fase e muitas vezes fica ainda mais evidente, já que o período agrega mais maturidade, experiência e liberdade.

“Temos de dar um novo sentido a isso, os 60 são os novos 60, e não outro número”, afirma.

Mulheres acima dos 60