Ao longo dos anos as mulheres estão conquistando mais espaço na área de tecnologia, a frente dos negócios e no mercado de trabalho. Uma pesquisa feita pelo Banco Itaú, em parceria com a Box 1824, sobre o comportamento financeiro das mulheres mostrou que, por mais que elas estejam ganhando mais, a autoestima financeira, isso é, a confiança para lidar com o próprio dinheiro, não cresceu na mesma proporção.
Entenda o porquê e de que forma podemos começar a reverter esse cenário.
Análise histórica
A pesquisa analisou que, durante a pré-história, houve uma fase em que a mulher tinha uma atuação de protagonismo social, devido à capacidade natural de gerar outra vida, um poder até então místico da criação, e dessa forma participavam ativamente das celebrações religiosas e sociais. Elas tinham voz, tanto no campo privado como no público.
Da idade antiga à moderna, com a era do patriarcado, as mulheres foram limitadas a viver de forma passiva em um ambiente privado, sem qualquer estímulo para ocupar o território econômico, enquanto os homens atuavam com liberdade e autonomia em todas as áreas. O processo para introduzir as mulheres como protagonistas de suas próprias finanças começou a engatinhar apenas em 1962, quando elas passaram a ter direito em tirar o CPF e dessa forma abrir suas próprias contas bancárias.
Porém, analisando esse histórico, é possível ver que a representatividade das mulheres nos espaços de poder ainda é muito baixa em relação aos homens. Mesmo com 136,8 mil mulheres cadastradas como investidoras em 2010, elas ainda recebem 74,5% do que os homens no mesmo cargo, de acordo com um levantamento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (PNAD-IBGE) de 2015.

De acordo com o estudo, cada vez mais as mulheres estão se instrumentalizando para atuar em diversos sistemas pensados sob a lógica masculina e usando estratégias femininas para construírem cenários mais equilibrados.
Elas querem deixar algumas características limitantes, que as deixavam presas no ambiente privado, como ser flexível, criativa e multitarefa, para apostar em características expansivas, que as ajudem a ampliar sua atuação na esfera pública e ter mais espaço entre os negócios e as empresas. Entre elas estão o autoconhecimento, a capacidade de criação, não ter medo de errar, atuar com sororidade, se reinventar e serem reconhecidas por terem uma percepção ampliada e analítica para as tomadas de decisões.
Mulher x dinheiro
Como o universo das finanças é reconhecidamente criado a partir de códigos masculinos, algumas mulheres tendem a achar complexo administrar seu dinheiro e continuam mantendo esse elo de dependência em relação aos homens, além de tratarem suas finanças no diminutivo, sempre como algo pequeno.
Os dados coletados na pesquisa também mostraram que essa histórica dependência da mulher tende a ser vista apenas pelo aspecto do poder econômico. Por estarem ganhando mais, entende-se que as mulheres já estão aptas para atuar no mercado das finanças, mas foi possível perceber que a autoestima financeira delas não cresceu na mesma proporção que seu poder econômico.
A pesquisa ainda indicou que isso acontece entre mulheres de todas as idades, classes e formações. Tudo isso porque, mesmo tendo o poder financeiro em mãos, a falta de experiência, estímulo social, referências e reconhecimento ainda as deixam inseguras.
No geral, o estudo diagnosticou que esse desequilíbrio entre o poder financeiro e a autoestima financeira das mulheres impacta a relação simbólica da mulher com o dinheiro e sua jornada financeira. Se antes, as mulheres adquiriram o hábito de justificar tudo o que faziam com o seu dinheiro, hoje, para garantirem sua independência, o que elas desejam é dar um significado a ele, seja com projetos, negócios, profissões, realizações pessoais ou familiares.
Além disso, elas querem ser protagonistas da sua própria jornada financeira, gerindo, controlando e, consequentemente, ganhando mais dinheiro e conquistando maior poder econômico.
Como administrar o dinheiro
O primeiro passo é ter em mente, de forma clara, quais são os seus objetivos, o quanto eles custam e quando você pretende colocá-los em prática para começar seu planejamento.
Para administrar bem o dinheiro, existem diversas ferramentas, como planilhas de excel e até aplicativos para celular. É claro que o tradicional caderninho nunca vai perder o seu lugar, afinal, independentemente do método, o importante é ter o controle exato do que entra e do que sai da conta.

Outro ponto importante para ter mais autoestima financeira é pensar no dinheiro de forma mais abrangente e deixá-lo trabalhar para você, além de buscar informações e, aos poucos, aprender a investir.
Já em relação ao acompanhamento das finanças, é fundamental se questionar: será que o seu estilo de vida ou gastos recorrentes refletem suas reais escolhas para o futuro? Avalie mensalmente se existem gastos sendo feitos por impulso ou se é possível cortar despesas desnecessárias.
Também é essencial analisar as chances de conseguir aumentar seus ganhos, seja vendendo algo que você deixou de usar, buscando uma promoção ou um novo emprego, dando aulas de algo que você domine, entre outras possibilidades que podem te ajudar a alcançar seus objetivos com mais rapidez.
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