Competição feminina > De olho nas outras

Se você acha que os hormônios têm culpa nessa história de competição feminina, aí vai um dado curioso. Uma pesquisa publicada em janeiro deste ano na versão online da revista britânica Proceedings of The Royal Society revelou que mulheres com alto nível de estrogênio consideram suas rivais menos atraentes. Isso acontece durante o período fértil – entre 12 e 21 dias após a menstruação. Segundo a autora do artigo, Mary Fisher, professora do Departamento de Psicologia da Universidade York, no Canadá, esse comportamento se justifica pelo fato de o corpo criar, nesse período, condições favoráveis ao acasalamento. Para chegar a essa conclusão, foi feito um estudo com 57 universitárias, que se viram diante de fotos de dezenas de outras mulheres e do desafio de classificá-las em uma escala de “extremamente atraente” até “extremamente não-atraente”. Aquelas que estavam no período fértil deram notas bem menores às modelos em comparação às notas dadas pelas que apresentavam baixos níveis de estrogênio. Vale a pena esperar o fim da menstruação para matar a curiosidade e reparar se isso também acontece com a gente.

A melhor maneira de neutralizar uma rivalidade é com educação e segurança. Qualquer outra forma, com certeza, vai intensificá-la

Colegas ou rivais?

Se existe um lugar onde a competitividade e a rivalidade mais transparecem, esse lugar é o ambiente de trabalho. Convivendo diariamente com as mesmas pessoas, é fácil se tornar alvo de alguém cheio de más intenções. Ao invés de se unir, muitas mulheres preferem apelar para uma porção de artimanhas: fofoca, sabotagem, traição, manipulação e até assédio moral. Para quem enfrenta a fúria – muitas vezes gratuita – de uma rival, o trabalho pode se tornar um pesadelo. “Logo que entrei na empresa, tive problemas com uma colega que, em vez de me ajudar a me integrar, fazia tudo para atrapalhar o meu serviço. Não passava informações importantes, não me mostrava como funcionavam os processos e não tinha a menor boa vontade para tirar minhas dúvidas. Tive de me virar sozinha para descobrir as coisas, e isso me atrasava imensamente. Para completar, descobri que ela andava dizendo que eu era muito incompetente para o cargo e que não tinha dúvidas de que eu seria logo demitida”, conta a assistente de marketing Carolina Corrêa. A solução encontrada por ela, depois de muito penar, foi pedir socorro à chefia, que chamou a tal colega para uma conversa. “Foi o único jeito de botar um fim naquilo”, comenta.

De acordo com Olga Tessari, esse tipo de atitude acontece porque, muitas vezes, as mulheres não conseguem separar a razão da emoção. Na verdade, elas não pensam em prejudicar alguém de forma consciente, mas se considerarem necessário ´derrubar´ a outra pessoa, assim o farão, de corpo e alma. Porém, quando a rivalidade se torna um problema crônico, é melhor avaliar a quantas andam a maturidade e a auto-estima. Enxergar todas as mulheres como rivais, segundo as psicólogas, é sinal de uma grande insegurança a respeito das nossas capacidades, no entanto, também pode revelar um problema de personalidade. Se a pessoa só consegue manter uma boa auto-estima quando se sente melhor do que as outras à sua volta, precisa procurar apoio psicológico. Afinal, viver se comparando aos demais é um belo convite ao estresse e à depressão.

Como lidar com a rivalidade

Melhor do que fazer inimigos, é aliar-se a eles. Em outras palavras, a melhor saída é tentar se aproximar da “inimiga” e manter com ela um bom contato. Esta é a dica de Olga Tessari. “Em geral, quando nos tornamos amigos do inimigo, muitas vezes ele passa a ser amigo e pode repensar e alterar determinados comportamentos e atitudes contra nós. Outra maneira de entender o que leva a rival a agir da forma como age é perceber suas táticas e agir no sentido de anulá-las. É algo como ficar esperta e fugir antes do bote” , recomenda. Já Silvana Martani diz que não se deve entrar no jogo. “A melhor maneira de neutralizar uma rivalidade é com educação e segurança. Qualquer outra forma, com certeza, vai intensificá-la”, salienta. Ou seja: descer do salto, jamais.