P: O maior teor alcoólico de um vinho significa maior qualidade?
R: Mais álcool num vinho indica: a) maior amadurecimento no momento da colheita (ou seja, um conteúdo maior de açúcar no fruto, que por sua vez será consumido pelo levedo e transformado em álcool – mais álcool); b) fermentação que resultou no consumo quase completo do açúcar.
A maioria dos vinhos europeus fica entre 12 e 13,5% de álcool, raramente mais do que isso. Já os Rieslings alemães são soberbos mesmo com seus 7-8% de álcool. No Novo Mundo, em particular na América e Austrália, o nível alcoólico vem crescendo nos últimos 30 anos. O que ficava em 12,5% agora está em 14,5 e 15,5. E até mais! Para mim, muito alto.
Embora a bebida seja quase totalmente feita de água, que começará a se cristalizar a zero grau, o vinho propriamente dito vai ficar muito tempo num estágio intermediário, antes que se solidifique e expulse a rolha
Os produtores argumentam que isso acontece como resultado de melhores práticas de cultivo, como conseqüência do aumento da temperatura global, por deixarem as uvas mais tempo amadurecendo (o que chamam de “hang time”) ou em razão de levedos mais eficientes.
Pode ser, mas vinhos com mais de 15%, pelo que sei, quase nunca conseguem vida longa. A presença excessiva do álcool desequilibra a bebida, que normalmente vem com muito carvalho e muito tanino. Assim, temos um vinho bem mais difícil de beber, que não combina bem com a maioria dos pratos. Além disso, é o tipo de vinho que cansa o paladar. O impacto do álcool chega rápido às nossas cucas (e ao bafômetro).
P: Meu vinho congelou: será que a bebida estragou?
R: O congelamento não é bom, mas não tão ruim o “cozimento” de um vinho sob um sol de verão. Esse, sim, ficou arruinado, perdeu-se. O vinho sujeito a temperaturas em torno do zero grau podem, contudo, sobreviver. Isso em razão do conteúdo alcoólico da bebida. Para que o álcool congele é necessária uma temperatura que o congelador não consegue produzir. Embora a bebida seja quase totalmente feita de água, que começará a se cristalizar a zero grau, o vinho propriamente dito vai ficar muito tempo num estágio intermediário, antes que se solidifique e expulse a rolha. Dependendo do teor alcoólico e da quantidade de açúcar do vinho, ele congelará de vez entre 6 e 9 abaixo de zero.
Já aconteceu comigo esquecer uma garrafa no congelador. Consegui retirá-lo ainda naquela fase intermediária. A bebida estava perfeita, embora seus sabores tenham ficado um pouco fora de esquadro.
Continuem perguntando, amigas. Escrevam para o Bolsa ou para [email protected]
Da Adega
Só com reserva . O Storia Merlot 2005, uma rara seleção de uvas Merlot, de uma safra considerada das melhoras dos últimos tempos, começa agora a ser vendido. O Storia é obra do sommelier italiano Roberto Rabacchino, um tinto de guarda que contou com cuidados especiais desde a poda até o engarrafamento.
Como acontece com vinhos de qualidade, sua tiragem é limitada a 6.112 garrafas. Por isso, para comercializar esse vinho, a Valduga desenvolveu um sistema de reservas. As encomendas devem ser efetuadas diretamente com os consultores e representantes comerciais de cada região do país. Veja no site da Valduga ou pelo telefone (54) 2105 3122.
Vertice no Brasil . O premium da chilena Viña Ventisquero, o Vertice 2005, foi lançado oficialmente agora em julho pelo enólogo Horácio Fuentes. Ele é feito com a Carmenère e a Syrah, do Vale de Apalta. O Vertice 2005 chega aqui após maturar 18 meses em barris de carvalho francês e mais nove meses em garrafa.
A Ventisquero é a única vinícola chilena a possuir certificados ISSO 9001:2000, de qualidade, ISSO 14.001:2004, de meio ambiente e o HACCP (Análise de Riscos e Pontos Críticos de Controle).
Mais informações no site da Cantu , importadora exclusiva do Vertice, ou pelo telefone 0300.210.1010.