Reza a lenda que afogar o ganso, molhar o biscoito, fornicar, enfim, fazer um amorzinho gostoso é mais importante para os homens do que para nós, mulheres. Dizem que, pra eles, sexo é mais importante do que pra gente, que é uma fatia muito grande do bolo, eles não conseguem viver sem, etc, etc. Só que uma boa parcela da população feminina anda reclamando que não se fazem mais homens como antigamente e que a rapaziada não dá no coro como deveria. Em bom português, a gente passa fome de sexo e quando pensa que chegou a hora do banquete, geralmente aos sábados, somos surpreendidas por um mero feijão com arroz. A freqüência já é insatisfatória e, como desgraça pouca é bobagem, quando finalmente rola, eles não movem uma palha, um dedo sequer. São verdadeiras donzelas, que deixam na nossa mão – e no resto do corpinho – todo o trabalho sujo.
Por “incrença que parível”, os homens podem ser mais inibidos sexualmente do que a mulherada. Ainda mais se o cara estiver frente a frente com uma mulher bem apessoada e bem-sucedida – que acaba sendo mal comida, coitada. É o caso da professora de ginástica Mariana P., que dá nota baixa para a performance do amado na cama. “Nossas transas são todas rapidinhas. Ele alega que tem preguiça, não gosta de suar, fica sempre na mesma posição. De preferência, eu por cima, que é pra fazer menos esforço”, conta a professora, sem saber como exigir do parceiro uma postura mais ativa. Por enquanto, o que tem dado certo é oferecer uma bebida ao moço para dar uma relaxada. “Depois de uma festa e um bom vinho, o sexo fica mais animado. Acho que ele se solta, age por instinto, até fala sacanagem no meu ouvido. Eu adoro!”, revela Mariana.
Quando ele não quer, o jeito é virar pro lado e dormir. Parece clichê, mas o namorado da jornalista Roberta L. usa a desculpa de que está com dor de cabeça. “Namoro há dois anos e nunca consegui transar com ele duas vezes na mesma semana. É uma vez só e olhe lá! Mesmo em férias, viajando juntos. Mais de uma vez por dia, então, nem pensar”, desabafa Roberta, cujo namorado vai a 60km por hora, ou seja, devagar quase parando. A jornalista, insatisfeita com a situação, tenta achar um motivo para isso acontecer. “Talvez seja só o jeito dele mesmo. É difícil pra mim, porque sinto um tesão absurdo por ele. Acho ele lindíssimo, gostosíssimo. Só de olhar, já penso em tirar a roupa dele. Ou seja, 90% das vezes sou quem tomo a iniciativa para transar”, confessa, temendo que a coisa piore se um dia eles se casarem. O argumento é bom: “se hoje em dia, que somos novos, bonitos, meu peito ainda está de pé, ele já não é essa Coca-cola toda, imagine quando eu ficar velha?”, questiona.
Às vezes, o buraco é mais embaixo, como no caso da advogada Tatiana M., que está com o casamento marcado para esse ano. O problema é que o noivo tem certas restrições sexuais. “No início, ele era mais ativo, rolava de tudo na cama. Depois que noivamos, quis experimentar fazer sexo anal com ele, só que ele não topou. Disse que eu vou ser a esposa dele, mãe dos filhos dele e que ele não pode fazer certas coisas comigo”, conta, reclamando do machismo do futuro marido. Para o noivo, Tatiana é mulher pra casar e não pra fazer outras coisas –talvez até mais gostosas! “Meu medo é que ele não faça comigo e resolva pular a cerca para realizar suas fantasias mais cabeludas. Comigo é só amor, palavras doces, respeito. Se eu tiver a fim de uma coisa mais animal, se eu quiser ficar de quatro, por exemplo, ele hesita, dizendo que isso não é certo”, revela, indignada.
A sexóloga Glene Faria afirma que homens passivos em demasia podem ter problemas psicológicos. “Esse comportamento pode ser fruto de uma educação muito rígidas, questões culturais ou más experiências vividas na infância, na adolescência ou mesmo na idade adulta”, explica a sexóloga. Segundo ela, outro motivo que explica a inapetência e passividade masculina é a baixa auto-estima. “O homem pode ficar inseguro por questões corporais, por exemplo, se está gordo. Mas, na maior parte das vezes, ele não tem esse tipo de preocupação. É mais comum ele se abater por conta do mito do pinto pequeno e ficar inibido na frente da namorada”, afirma. Nessas horas, o jeito é expor as insatisfações numa boa conversa com o parceiro. “A comunicação é fundamental. Como o assunto é delicado, a mulher deve procurar abordá-lo de forma tranqüila. Nunca na cama: não se fala de sexo na hora do sexo, porque o casal está abalado emocionalmente e pode acabar em discussão”, finaliza.





