E quando se está toda cheirosa e depilada e, mesmo assim, o namorado nada? O jornalista Guilherme L. levanta a hipótese: “É egoísmo masculino puro e simples”. É, gente, o sexo oral sem dúvida é um momento de grande doação na relação sexual, quando um fica paradinho só tendo prazer enquanto o outro tem todo o trabalho. O economista Valério abre o jogo: “Às vezes tenho preguiça de fazer porque sei que ela vai demorar até chegar ao orgasmo”.
Segundo o psicoterapeuta sexual Oswaldo Rodrigues, o homem não foi socialmente treinado, educado e socializado para dedicar-se à excitação sexual da mulher. “O homem aprende, através de demonstrações e até de verbalizações que não tem que servir à mulher, pois é ela quem deve servir ao homem”, afirma.
Oswaldo lembra que a cunilíngua (sexo oral nas mulheres) já equivaleu-se à demonstração de submissão à mulher, a exemplo de uma imperatriz chinesa que obrigava quem fosse falar com ela em audiência, primeiramente, a lhe fazer sexo oral para só depois, em troca, ser ouvido. “Há homens que não desejam fazer sexo oral por não considerarem algo moralmente adequado”, ressalta.
É conversando que se chega lá
Perguntado sobre a chantagem do tipo “só faço em você se você fizer em mim”, o psicoterapeuta é taxativo: “Nestes casos, estaremos favorecendo mecanismos neuróticos que permitem manipulação, gerarão raiva e, provavelmente, impedirão a continuidade do relacionamento”, alerta.
Uma boa conversa é sempre a melhor opção. “O caminho mais seguro é combinar o que se pode fazer, questionar e ouvir os motivos do homem não desejar fazer cunilíngua. Com a aproximação adequada e sem exigência, permitir que o homem possa reconhecer que o que ele pensava não era o correto”, sugere Oswaldo.
Na opinião do psicanalista, mesmo com conversa haverá quem não deseje e quem não faça sexo oro-genital (seja felação, seja cunilíngua). “Pelo menos o casal pode tentar compreender os limites de cada um para poder medir a falta do ato. Desta forma, não culparão o outro, nem desenvolverão mal-estar e raiva”, conclui.
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