Devido a uma confusão no preenchimento dos relatórios de limpeza, uma empresa em São Paulo identificou que parte dos funcionários responsáveis pela faxina não sabiam nem ler e escrever.
Indo contra a ordem cruel do mercado, a companhia não os demitiu, pelo contrário. A empresa resolveu investir em aulas de alfabetização de todos os interessados com o intuito de não só resolver o problema dos relatórios, mas também valorizar a capacitação e o aperfeiçoamento individual dentro do ambiente de trabalho.
Empresa dá curso de alfabetização a funcionários
Todo o caso foi relatado por Nataly Bonato, Community Manager da empresa We Work, em suas redes sociais. Segundo ela, o déficit educacional dos funcionários da limpeza foi percebido quase que por acaso.
Em uma tentativa de manter a ordem e a limpeza do espaço de trabalho, Nataly estipulou que, ao final de cada dia, os funcionários da limpeza preenchessem uma ficha informando quais salas haviam ou não sido limpas e o motivo, caso a higienização não tivesse sido efetuada.

O problema é que os relatórios nunca chegaram a ser preenchidos e, em compensação, o número de ambientes sem limpeza foi se acumulando, tornando a situação um verdadeiro caos.
“Percebi que tinha algo muito errado e convoquei uma reunião de emergência. Quando eu questionei o que estava acontecendo, eles me contaram, com medo de serem dispensados, que quem preenchia os relatórios era o rapaz que cuidava dos banheiros, pois eles não sabiam ler, nem escrever. Aí absolutamente tudo fez sentido”, disse ao VIX.
Lição de solidariedade
Constrangidos e com medo de perderem o emprego, os funcionários ficaram em silêncio aguardando o veredicto da gerente. Ao invés de substituí-los, Bonato tirou os sapato, prendeu os cabelos e convidou todos a se sentarem em roda, no chão, junto com ela.
“Contei a história do meu pai, que estudo só até a 2ª série, e perguntei: ‘Se vocês tivessem aulas aqui mesmo, vocês gostariam de fazer?'”, perguntou, se solidarizando com a causa.

Segundo ela, antes de demitir qualquer funcionário, ela precisaria esgotar suas possibilidades de desenvolvê-lo: “Ninguém deveria desistir de nada nem de ninguém sem tentar.”
Após entrar em contato com parceiros, Bonato encontrou uma empresa que aceitou ceder uma funcionária e pedagoga para dar aulas de alfabetização aos empregados da We Work durante o período de trabalho.
Por cinco meses, 4 funcionários frequentaram as aulas duas vezes na semana sem que o horário de almoço fosse comprometido por conta do estudo. No último dia de aula, foi improvisada uma formatura com direito a canudo, discurso e até mesmo beca.
“A vida deles e o dia a dia melhoraram bastante, eles se comunicam melhor com todos e entendem melhor as coisas. Agora, o cronograma é seguido e eu acho de verdade que eles podem escolher um emprego agora, ao invés de apenas aceitar o que vem na frente porque é a única opção.”
Leia o relato completo abaixo:
https://www.facebook.com/nataly.bonato.1/posts/1686478781403429?pnref=story
Histórias inspiradoras:
- “Negra, periférica, nordestina”: modelo fez história em concurso
- Com pedido de presente para amigo, menino fez carta tocante de Natal
- Bebê com AME abandonado fez nascer uma mãe: conheça caso emocionante





