Beber e não ter vergonha de ser feliz. Esse é o lema da galera que bebe “socialmente” por aí. Basta sentar na mesa do bar, pedir um chopinho e a conversa corre solta. Quando você percebe, está no quinto ou sexto copo. Ou será o décimo? Você perde a conta e também o senso de direção: para caminhar até o banheiro é difícil traçar uma linha reta. Cheia de álcool correndo nas veias, cada pessoa reage de uma forma, das mais discretas até as mais desinibidas pelo efeito da bebida. Listamos alguns tipos de bêbadas que a gente ajuda a levar pra casa depois da noitada ou nas quais até já nos transformamos depois da terceira dose – mas que a ressaca não nos deixa lembrar. Quem não bebe pode identificar aquela amiga que perde a linha no final da noite. E, antes de rir do bêbado ao lado, nunca diga desta cachaça não beberei! Ninguém está livre de um belo porre uma vez na vida!
Bêbada alegre: vamos começar por uma bêbada do bem, quando o álcool dá uma vontade incontrolável de rir e o mundo parece mais engraçado do que o normal. A publicitária Silvia Lima é dessas que chamam urubu de meu louro e faz de um programa básico, uma noitada divertidíssima. “Bebo pra me divertir e esquecer os problemas. Dá certo! Fico mais relaxada, danço, faço piada. Minhas amigas me dão logo uma cerveja quando chego mal humorada numa festa”, revela a publicitária.
Bêbada deprê: Essa é o oposto da alegre. Estava tudo muito bem até que o álcool bateu e a vida dela virou um enorme pesadelo. O jeito é chorar, se lamentar e.. encher o saco de quem estiver por perto. No caso, o saco de filó da analista de sistemas Ciça Rezende. “Eu não bebo e tenho que aturar a bebedeira alheia. Faz parte da noitada com as amigas. Uma delas vira e mexe acaba a noite chorando. Ela fica muito sensível e se sente o cocô-do-cavalo-do-bandido. Mas depois passa. Acho que sai no xixi”, brinca a amiga.
Bêbada amigona: Essa todo mundo conhece, é sensível, emotiva e deixa o coração falar, depois de ser irrigado por litros de álcool. A estudante Patrícia Ledo não bebe, mas tem uma amiga bebum que fica cheia de amizade pra dar quando exagera na dose. “Ela me abraça, diz que a nossa amizade é muito importante, me agradece por ter paciência com ela, diz que quer ser minha amiga até ficarmos velhinhas… No início, acho fofo, até que ela exagera e vira uma chata”, confessa a estudante.
Bêbada galinha: Essa aí acorda no dia seguinte com um cachorro lambendo-lhe as bochechas. Só que nesse caso o cachorro é da raça humana e virou seu namorado naquela noite em que o copo não ficou vazio um só minuto. O nome dele? Ah, não faz pergunta difícil! “Quando bebo muito, perco a inibição e fico facinha, facinha. Aí acabo ficando com o primeiro que aparece. Na hora é até divertido, o problema é a ressaca moral depois”, diz a artista plástica Débora V., de 26 anos.
Bêbada que só não perde a cabeça porque está presa no pescoço: É o tipo que, quando fica altinha, vai largando tudo pra trás: carteira em cima da mesa, telefone celular no balcão, chave de casa no bolso do amigo… “Eu sou craque em perder coisas quando bebo demais: já perdi celular, jaqueta e até a bolsa inteira. Uma vez perdi a cartela de consumação e foi a maior dor de cabeça para conseguir sair da boate”, lembra a vendedora Carolina Matoso, de 27 anos, que se viu obrigada a ficar sóbria rapidinho para resolver o problema.
Bêbada tira o celular da minha mão: Essa aí aproveita os estímulos do álcool para botar o papo em dia, mas de preferência em ligações que ela vai se arrepender depois. “No réveillon, bem na hora da virada, resolvi ligar pro meu ex-namorado”, conta a produtora de eventos, Alice de Almeida, que não previu as conseqüências do seu ato. “Ficou super chato, porque nossos assuntos já tinham se esgotado e não tínhamos nada a dizer um pro outro. E, pior: ele estava acompanhado e a namorada nova dele ficou p. da vida, com toda razão”, relata Alice, que, depois dessa, deixa o celular em casa quando sai pra beber.
Bêbada “Raul”: quando a menina é meio fraca pra bebida, fica enjoada e acaba sendo obrigada a chamar o “Raul”. Tomara que não seja no seu carro, como aconteceu com a advogada Leila S. “Na terceira curva ela não agüentou e botou tudo pra fora. Foi nojento, meu carro ficou imundo, cheirando mal. Até eu fiquei com vontade de vomitar também”, lembra Leila, que parou num posto de gasolina para dar uma geral no possante.
Segundo o psicólogo, diretor da Clínica Contexto, Dr. Roque Hudson Pena, o comportamento de cada pessoa depois de ingerir álcool pode variar muito devido a características de personalidade e também de metabolismo. “A mulher absorve o álcool mais rápido, tem menos massa muscular e mais água no organismo. Por isso, ela fica mais sujeita a uma bebedeira. De um modo geral, a tendência é que o álcool gere um estado eufórico na fase inicial: as pessoas ficam mais soltas e mais alegres, capazes de dançar e fazer discursos na festa de fim de ano da empresa. O álcool faz a pessoa perder a censura e a timidez”, afirma o psicólogo. Contudo, sabemos que se a bebedeira vira um hábito, o organismo se acostuma e as pessoas ficam mais tolerantes. “Aí os efeitos variam de acordo com a particularidade de cada um. Enquanto algumas pessoas liberam seu lado lúdico, outras se tornam mais violentas e agressivas. É um efeito químico: a fala e a coordenação motora ficam comprometidas, podendo gerar depressão”, afirma o médico. Para ele, beber socialmente pode ser agradável e tornar a festa mais interessante, porém envolve riscos. “Principalmente se for dirigir depois”, finaliza.